Morreu neste domingo (28/12) a atriz Brigitte Bardot, francesa que marcou o cinema e a cultura do século 20. Ela tinha 91 anos e estava internada desde novembro em um hospital em Toulon, na França. A notícia da morte dela foi confirmada pela Fundação Brigitte Bardot.
Brigitte Bardot marcou o cinema francês e norte-americano com uma carreira considerada curta, que se encerrou quando ela tinha apenas 39 anos. Após anos nos holofotes, Brigitte decidiu por se aposentar para viver uma vida mais reclusa mas acabou envolvida em uma série de polêmicas depois da aposentadoria.
Carreira
A atriz nasceu em Paris, na França, em 28 de setembro de 1934, e começou no mundo das artes ainda muito nova. Fez balé clássico durante toda a infância e foi contratada para ser modelo da revista francesa Elle com 15 anos. Foi nesta época em que ela chamou a atenção do cineasta Roger Vadim, de 22 anos, que provocou em Brigitte o interesse em ser atriz.
Em 1952, meses após completar 18 anos, Brigitte se casou com Vadim e os dois trabalharam juntos no cinema, no filme que projetou a carreira da atriz: Deus Criou a Mulher (1956).
Não demorou muito para que ela chamasse a atenção no cinema dos Estados Unidos, sucesso ligado ao fato de que tinha uma liberdade natural que não era comum nas estrelas americanas. Ao longo da carreira, atuou em 40 filmes de sucesso incluindo o A Verdade (1960), filme que foi indicado ao Oscar, Vida Privada (1962), O Desprezo (1963) e Viva Maria! (1965).
Neste meio tempo, a vida pessoal dela passou por várias mudanças. Ela se separou de Vadim em 1957 e em 1959 se casou com Jacques Charrier, com quem teve seu único filho, Nicolas-Jacques Charrier. Aos mais tarde também se separou de Jacques e casou com o alemão Gunter Sachs. Os dois ficaram casados entre 1966 a 1969.
Após todo o sucesso no cinema, Brigitte decidiu se aposentar aos 39 anos, em 1973. Ela visava uma vida mais privada, longe de escândalos e atenção da mídia.
Polêmicas após a aposentadoria
Após se aposentar do cinema, Brigitte Bardot passou a se dedicar integralmente ao ativismo em defesa dos animais, criando a Fundação Brigitte Bardot, em 1986. Ela liderou campanhas contra caça, testes laboratoriais, uso de peles, touradas e outras práticas.
Paralelamente, ao longo das décadas, a atriz se tornou conhecida por posicionamentos conservadores e polêmicos sobre imigração, identidade cultural francesa e pluralidade racial. Essas opiniões ganharam força com o livro Un Cri dans le Silence (2003), no qual a atriz fez críticas ao islamismo, à imigração e também se posicionou contra a adoção por casais LGBTQIA+.
Durante o movimento Me Too, em 2018, Brigitte voltou a causar controvérsia ao minimizar denúncias de assédio feitas por atrizes, afirmando que muitas seriam exageradas ou oportunistas.
“Há muitas atrizes que vão provocando os produtores para conseguir um papel. Depois, para que se fale delas, dizem que sofreram assédio. Na realidade, mais do que beneficiá-las, isso as prejudica”, afirmou à revista francesa Paris Match, na época.
Já em 2021, ela foi condenada a pagar multa por declarações consideradas racistas ao se referir a moradores de uma ilha francesa, dizendo que eram nativos que “preservaram seus genes selvagens”.


