Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) publicado na revista Sports Medice and Health Science nesta segunda-feira (7/7) revelou que a inatividade física dos pais reflete diretamente no comportamento sedentário dos filhos. A pesquisa analisou 182 crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos e seus pais, usando sensores que medem padrões de atividade e inatividade.
Segundo o professor Diego Christofaro, da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT-Unesp), quando pais mantêm uma rotina mais ativa, seus filhos têm menor predisposição a permanecer sentados. As mães são as principais incentivadoras, e sua influência foi mais de duas vezes superior à dos pais.
O exemplo é tudo!
- O comportamento dos adultos funciona como exemplo direto para os filhos.
- Promover a prática de atividades em família pode gerar mudanças sustentáveis no estilo de vida das crianças.
- Filhos de pais ativos passam menos tempo sentados durante o dia.
- O comportamento sedentário está associado a riscos como obesidade infantil.
A análise considerou fatores como sexo, idade dos filhos e nível socioeconômico, e incluiu separadamente mães e pais para identificar diferenças comportamentais entre gêneros. Utilizando dados registrados pelos sensores de movimento, o estudo mostra que as crianças em famílias ativas raramente adotam um estilo de vida sedentário.
O sedentarismo entre jovens é um problema crescente. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, entre 11% e 38% das crianças e adolescentes brasileiros têm excesso de peso, relacionado ao baixo nível de atividade física. A contribuição da pesquisa da Unesp vai além da observação: os resultados podem fundamentar políticas públicas e campanhas que incentivem estilos de vida ativos no ambiente familiar.
O estudo foi financiado pela Fapesp e é um dos primeiros trabalhos a relacionar diretamente a atividade física dos pais com o comportamento sedentários dos filhos, considerando influências maternas e paternas separadamente.
“Hábitos sedentários são resultados de múltiplos fatores, como falta de acesso, de tempo e de locais onde se possa praticar atividade física”, pondera Christofaro em entrevista à Agência Fapesp. “No entanto, nosso estudo mostra que os hábitos dos pais podem incidir na saúde dos filhos. Por isso, acreditamos que esses resultados podem subsidiar políticas públicas e campanhas voltadas à promoção de um estilo de vida mais ativo no ambiente familiar.”
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