O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nessa segunda-feira (25/8) que o governo norte-americano não financia mais diretamente a Ucrânia e, em vez disso, tem lucrado com a venda de armas para seus aliados europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que repassam parte desse material bélico para Kiev.
Segundo Trump, governos anteriores comprometeram cerca de US$ 350 bilhões em apoio ao país do Leste Europeu. Ele criticou a prática, dizendo que Washington havia sido “espoliado”.
O republicano ainda elogiou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem chamou de “o maior vendedor que já conheci”.
“Não pagamos mais nada à Ucrânia. Na verdade, é o oposto. Eles pedem por meio da Otan. Nós negociamos com a Otan. Não negociamos realmente com a Ucrânia. A Otan nos paga integralmente e faz o que quer”, afirmou Trump a jornalistas.
Trump também reafirmou que, para Washington, é “impossível” tanto a adesão da Ucrânia à Otan quanto a retomada da Crimeia por Kiev.
“Estamos tentando impedir a matança, mas não estamos financiando nada”, concluiu.
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Garantias de segurança
Donald Trump também ressaltou que os EUA terão somente um papel de apoio em eventuais garantias de segurança para Kiev, destacando que a responsabilidade principal deve recair sobre os países europeus.
Zelensky e aliados europeus têm solicitado garantias semelhantes ao Artigo 5 da Otan— que obriga reação conjunta em caso de ataque a um membro. Segundo o Financial Times, Kiev teria solicitado US$ 100 bilhões para a compra de armas americanas.
O líder dos EUA disse ainda que as indústrias de defesa dos EUA estão aumentando a produção para atender à demanda externa.
“As fábricas estão dobrando e triplicando a produção dos sistemas Patriot e de outras armas. Estamos vendendo milhões, e no fim das contas, bilhões de dólares em equipamentos”, destacou.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os países europeus pagarão uma margem de 10% sobre as aquisições. Já o vice-presidente J.D. Vance reforçou neste mês que Washington não repassará mais recursos diretamente a Kiev.
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Otan é como uma “pedra no sapato” para Moscou
O Kremlin, por sua vez, condena o envio de armamentos, alegando que a prática apenas prolonga a guerra e torna a Otan parte direta do conflito.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia , Sergey Lavrov, reiterou recentemente que não pode haver segurança europeia sem a Rússia e que qualquer tentativa de excluí-la será rejeitada.
Na visão de Lavrov, qualquer discussão sobre garantias de segurança envolvendo a Ucrânia sem a participação de Moscou é “um caminho para lugar nenhum”, e discutir as garantias de segurança a Kiev, sem a presença da Rússia, é um pensamento utópico.
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