São Paulo — A Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspendeu todos os acordos de cooperação técnicos com a Polícia Federal e com os Ministérios Públicos Estaduais.
A ordem foi dada por meio de circular do diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira. Com isso, agentes da PRF que hoje atuam nas Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficcos), da PF, e nos Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos), do Ministério Público, terão de voltar a seus postos originais.
O ofício de Oliveira afirma que a iniciativa surge em resposta a questionamentos sobre a aplicação da portaria que regula essas parcerias e à necessidade de adaptar os acordos existentes às novas normas.
De acordo com o documento, no dia 21 de fevereiro, uma equipe técnica do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da PRF trataram de “situações pontuais e sensíveis relacionadas à atuação da PRF junto aos órgãos parceiros, tendo sido recomendadas adequações para garantir a plena aderência das parcerias vindouras às novas diretrizes estabelecidas”.
Em São Paulo, apenas em 2024, a atuação conjunta com o Gaeco produziu operações como a Fim da Linha, que mostrou a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas empresas de ônibus, a Salus et Dignitas, contra o crime organizado na Cracolândia. A reportagem levantou ao menos 25 operações de grande impacto realizadas por meio de parcerias com Gaeco, Polícia Civil e outros órgãos no estado de São Paulo.
Atualmente, há uma quantidade reduzida de agentes nessas funções — em alguns casos, eles atuam fisicamente na própria PRF e só contribuem com informações. Nos órgãos, há preocupação sobre eventuais prejuízos a operações em andamento com a saída desses agentes.