Por: Kelven Andrade
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 35ª Delegacia de Polícia, deflagrou na manhã desta terça-feira (5/8) a Operação Choro Calado, que resultou na prisão preventiva de um homem de 37 anos, acusado de homicídio qualificado e tortura contra uma criança de apenas 3 anos. A mãe da vítima, de 31 anos, também foi indiciada pelos mesmos crimes, na modalidade omissiva, por ter se omitido diante das agressões que resultaram na morte do próprio filho.
O caso, de extrema gravidade, ocorreu em maio de 2024, quando a criança foi levada ao hospital já em parada cardiorrespiratória. Apesar dos esforços da equipe médica, o menino não resistiu. O laudo médico apontou como causa da morte um trauma abdominal fechado, provocado por hemorragias internas no intestino. Ainda segundo o exame cadavérico, a criança apresentava múltiplas fraturas em diferentes partes do corpo, em estágios variados de consolidação, o que sugere agressões frequentes e sistemáticas — um padrão típico de tortura prolongada.
As investigações conduzidas ao longo de um ano e dois meses revelaram detalhes ainda mais perturbadores. Foi detectada a presença de opiáceos (morfina) no organismo da criança, substância que não havia sido prescrita por nenhum profissional de saúde. A principal linha de apuração indica que o entorpecente foi administrado pelos próprios responsáveis com o objetivo de mascarar os sintomas das agressões, evitando assim que a criança fosse levada ao atendimento médico, o que poderia expor os maus-tratos.
Diante da brutalidade do crime e das evidências coletadas, a PCDF representou pela prisão preventiva do homem, fundamentando o pedido na garantia da ordem pública e na necessidade de assegurar a integridade do processo criminal. A solicitação foi acatada pelo Poder Judiciário, que autorizou a detenção. A mãe da vítima permanece em liberdade, mas responderá criminalmente por omissão diante dos atos de violência cometidos contra o filho.
Com o inquérito policial já concluído e remetido à Justiça, os investigados agora aguardam julgamento. Se condenados pelos crimes de homicídio qualificado e tortura, ambos poderão enfrentar penas que, somadas, ultrapassam os 30 anos de prisão.
A Operação Choro Calado reforça o compromisso da Polícia Civil do Distrito Federal com a proteção da infância e o combate aos crimes hediondos, especialmente aqueles praticados contra vítimas vulneráveis como crianças. Em nota, a corporação destacou que nenhum tipo de violência contra menores será tolerado, e que todos os esforços estão sendo empenhados para garantir que os responsáveis por esse tipo de crime sejam punidos com o máximo rigor da lei.
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