Quando não são tratadas, as doenças vasculares podem causar consequências graves à saúde através do comprometimento do sistema circulatório e da situação das artérias. Entre os efeitos mais perigosos estão o aumento do risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC), aneurisma, trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar.
Embora a genética esteja associada ao aparecimento de doenças no sistema circulatório, a cirurgiã vascular Aline Lamaita explica que alguns cuidados podem ser tomados para preservar a saúde das artérias, veias e vasos linfáticos, responsáveis por transportar sangue, oxigênio e nutrientes para todo o corpo.
“Quando melhoramos a circulação sanguínea por meio da alimentação, do exercício e de outros hábitos, evitamos doenças ou a piora de um quadro”, afirma a médica, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).
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6 hábitos que podem prevenir doenças nas artérias
Cuide da alimentação
O cuidado com a alimentação deve ser focado em três pilares: evitar alimentos que se tornam “bombas” para as artérias, melhorar o funcionamento do intestino e controlar o sobrepeso e a obesidade.
Aline aponta que uma dieta baixa em colesterol e gordura saturada pode reduzir o risco de aterosclerose, um processo de acúmulo de placas nas artérias. “As placas retardam ou interrompem o fluxo sanguíneo. Além disso, a gordura acumulada dentro dos vasos sanguíneos também acarreta em uma má circulação”, explica a médica.
Junto a isso, o bom funcionamento do intestino atua como um aliado do organismo. A prisão de ventre e inchaço podem comprometer a circulação das veias das pernas. Aposte no maior consumo de frutas, legumes, verduras e sementes. “Se não funcionar, os pré e probióticos podem ajudar, desde que bem orientados por médicos ou nutricionistas”, considera.
Exercite as panturrilhas
“A panturrilha é o coração das pernas: a cada contração muscular bombeamos o sangue e ativamos a nossa circulação”, explica a médica vascular.
Quando essa musculatura fica parada por muito tempo, pode acontecer a retenção de líquido nas pernas, levando a inchaço, pernas pesadas, cansadas e aumento da predisposição de desenvolver varizes e trombose venosa.
Mesmo os exercícios de baixo impacto focados nas panturrilhas são benéficos para a saúde circulatória. Eles aumentam a velocidade do fluxo do sangue nas veias, melhorando o retorno do sangue ao coração.
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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro
Agência Brasil 
O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
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Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
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O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
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Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
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Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC
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Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes
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Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC
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Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados
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Beba mais água
Quanto menor a ingestão de água, maior é a viscosidade do sangue. Além disso, a desidratação também favorece a queda da pressão arterial, ameaçando diferentes órgãos. Segundo a médica, o consumo adequado de água garante que o organismo seja irrigado e bem nutrido de sangue.
Controle outras doenças
Pessoas com diabetes correm um risco maior de doença arterial periférica devido aos danos que a doença pode causar aos vasos sanguíneos. “Se você tem diabetes, trabalhe para manter o nível de glicose no sangue sob controle”, alerta a especialista.
Tenha cuidado com os hormônios e anticoncepcionais
Aline explica que o hormônio presente em alguns anticoncepcionais altera a circulação e aumenta o risco de formação de coágulos nas veias profundas, dentro dos músculos.
“Consulte sempre seu médico de confiança e discuta o seu anticoncepcional. Toda medicação está sujeita a complicações e a decisão se o risco/benefício vale a pena é feito em conjunto”, alerta.
Apague o cigarro
A nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos. Junto a isso, o monóxido de carbono oferece um fator adicional de risco ao diminuir a concentração de oxigênio no sangue.
“Todo esse processo pode causar complicações para o funcionamento normal dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose principalmente quando há fatores de risco envolvidos”, afirma a médica.
Doenças cardíacas silenciosas
As doenças cardíacas silenciosas estão entre os maiores riscos à saúde porque, nos estágios iniciais, raramente apresentam sintomas claros. Condições como hipertensão arterial, arritmias e cardiomiopatias podem evoluir de forma discreta e serem identificadas apenas quando já causaram danos significativos ao coração, por isso é tão importante pensar nos hábitos como um investimento a longo prazo.
“A maioria das doenças cardíacas pode ser prevenida ou controlada com hábitos saudáveis e acompanhamento médico. O grande desafio está no fato de que muitas delas são silenciosas, e o paciente só descobre quando já há complicações. É preciso conscientizar e estimular a população a cuidar da saúde antes que o problema apareça”, afirma o cardiologista Tito Paladino.