Quando passou a ter tonturas e coriza em meados de 2022, o britânico Kieran Shingler, de 26 anos, atribuiu os sintomas a uma gripe. Ele não imaginava que, na verdade, aqueles eram os primeiros sinais de um tumor cerebral de crescimento rápido. Após três anos de tratamento, Kieran não resistiu e morreu a apenas dez dias do Natal deste ano.
À época em que sentiu os primeiros indicativos, o jovem motorista de caminhão realizou um teste de Covid, posteriormente dado como negativo. Relacionando o problema a uma gripe, ele seguiu a vida normalmente, mas semanas depois já não conseguia segurar os alimentos e vomitava constantemente, além de sentir fortes dores de cabeça.
Ao procurar atendimento médico, inicialmente a suspeita era de meningite. Porém, uma tomografia computadorizada mostrou uma massa no cérebro dele. Uma ressonância magnética revelou também o bloqueio da circulação natural do líquido cefalorraquidiano entre o crânio e a coluna vertebral causado pelo tumor.
O jovem passou a se sentir melhor depois de ser submetido a uma ventriculostomia endoscópica do terceiro ventrículo (ETV), procedimento usado para drenar e liberar o líquido preso em volta o cérebro. Posteriormente, uma nova operação foi realizada para remover o máximo possível do tumor e colher fragmentos da massa para biópsia.
A avaliação revelou a presença de um astrocitoma de grau três, tumor cancerígeno de crescimento rápido. Entre os sintomas mais comuns relacionados à presença desse tumor estão: dor de cabeça, dificuldade para falar, alterações na visão, dificuldades cognitivas e convulsões.
Sintomas mais comuns de tumores cerebrais
- Dores de cabeça.
- Alterações na visão.
- Convulsões.
- Problemas de equilíbrio.
- Mudanças de humor e personalidade.
- Dificuldades na fala e memória.
Idas e vindas do tumor
Shingler apresentou perda de memória a curto prazo, febre e dores intensas após a segunda cirurgia. Além disso, os médicos relatam que a ETV não havia surtido o efeito esperado e um novo procedimento teria de ser realizado para desviar o líquido do cérebro para outro lugar do corpo, feito ao final de 2022.
Em janeiro de 2023, o jovem iniciou 30 sessões de radioterapia e quimioterapia para conter o avanço da doença. Em fevereiro, exames confirmaram a diminuição do tumor, mas cinco meses após o tratamento parou de funcionar e a lesão voltou a evoluir.
Ao trocar a linha quimioterápica para a lomustina, o tumor perdeu força novamente, mas a terapia foi interrompida quando os médico descobriram que ela estava afetando o fígado. Ainda assim, a esperança da família continuava.
“Em todos os exames trimestrais que fazíamos, nos informavam que o tumor dele estava diminuindo cada vez mais. O tumor, que começou com 5,5 cm, diminuiu para 0,35 cm”, contou a ex-namorada do jovem, Abbie Henstock, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
Retorno do tumor e morte
O plano dos médicos era fazer uma pausa no tratamento para dar tempo de o fígado se recuperar e retornar com a lomustina. No entanto, um exame realizado em junho deste ano detectou novo crescimento cancerígeno. Sem responder mais aos tratamentos, Kieran não resistiu e faleceu em 14 de dezembro, próximo a comemoração do Natal.
Em comunicado, a família do britânico lamentou a perda, mas afirmou que apesar da dor, o torcedor fanático do Liverpool sofreu demais nos mais de três anos tentando tratar a doença.
“Ele não sente mais dor, está livre do câncer e está lá em cima com sua linda mãe. Não sabemos como vamos seguir em frente sem ele, mas vamos, pois era isso que ele gostaria”, lamentaram os familiares.