O Jardim Botânico de Brasília (JBB) tem empreendido ações dedicadas à conservação da flora do Cerrado, com foco em regiões pouco estudadas e em espécies raras e ameaçadas de extinção. Ao longo deste ano, diversas atividades geraram resultados expressivos, contribuindo diretamente para a preservação do bioma.
Herbário Ezechias Paulo Heringer recebeu mais de 130 espécimes
Em agosto, o JBB participou de um seminário organizado pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), no escopo do Plano de Ação Nacional Bacia do Alto Tocantins, com o objetivo de avaliar as metas e estratégias de conservação. Também foram promovidas expedições de campo, resultando em avanços significativos para as coleções botânicas. Financiadas pelo projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (GEF Pró-Espécies), do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Em setembro, as equipes da área técnica exploraram as regiões de Niquelândia e Pirenópolis, em Goiás. Durante essas incursões, foram coletados mais de 130 espécimes para o Herbário Ezechias Paulo Heringer, tendo ainda sido registradas 11 novas plantas incorporadas às Coleções Vivas do JBB. Entre as espécies ameaçadas identificadas, destacam-se Anemopaegma arvense e Clusia burchellii, ambas classificadas como em perigo.
Expedição em São João d’Aliança
Em novembro, atendendo a uma solicitação do Ministério do Meio Ambiente, o JBB empreendeu uma expedição em São João d’Aliança, também em Goiás. O trabalho resultou na coleta de mais de 150 espécimes e no acréscimo de novas plantas às Coleções Vivas do JBB, como a Aspilia pseudoyedaea (em perigo), endêmica do Distrito Federal, e a Chaetostoma scoparium (em perigo), registrada pela primeira vez fora da região de Alto Paraíso de Goiás.
Ações de conservação
“A missão do Jardim Botânico de Brasília se apoia em três pilares principais: conservação do Cerrado, pesquisa e educação ambiental”, afirma a diretora de Vegetação e Flora do JBB, Priscila Rosa. “É muito gratificante poder contribuir um pouco para essa missão e, em nome do GDF, melhorar o conhecimento do nosso bioma.”
Essas iniciativas são importantes para gerar informações sobre a flora local e apoiar a criação de unidades de conservação. Em um momento em que a conversão de áreas do Cerrado em monoculturas cresce em ritmo acelerado, o trabalho desenvolvido pelo JBB se mostra, assim, essencial para a preservação da biodiversidade.
*Com informações do Jardim Botânico de Brasília