Por: Poliane Ketlen
A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vai além de um simples documento que autoriza a condução de veículos: ela pode abrir portas para autonomia, dignidade e oportunidades no mercado de trabalho. Um exemplo é a história de Marcia Padilha, dona de casa e estudante, que, aos 41 anos, conseguiu realizar o sonho de obter a CNH na categoria D, em 2021. Para ela, a carteira foi mais do que a possibilidade de dirigir caminhões — foi um novo começo em um momento de incertezas.
“Eu tinha acabado de ter um bebê, estávamos no meio de uma pandemia e eu estava sem saber o que fazer da vida, com a faculdade trancada e sem trabalhar. A CNH me deu um norte, uma direção nova”, relembra Marcia. Ela conseguiu a habilitação por meio do programa Habilitação Social, promovido pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), que oferece a primeira CNH, adição ou alteração de categoria e a renovação do documento de forma gratuita para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Marcia destaca a importância do programa em sua vida: “Dirigir, para mim, é libertador. Poder pegar um carro e ir para onde quiser, quando quiser, sem depender de ninguém. Para as mulheres, isso é independência, não ter que contar com o companheiro, com o pai ou com transporte por aplicativo.”
A primeira edição da Habilitação Social foi lançada em 2021, e o programa já beneficiou milhares de pessoas. Este ano, na terceira edição, as inscrições estão abertas até sexta-feira, 18 de outubro, no site do Detran. Com os novos selecionados em 2024, o programa atingirá a marca de 15 mil atendidos.
Para participar, os candidatos precisam ter mais de 18 anos, estar inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), saber ler e escrever, ser penalmente imputáveis e residir no Distrito Federal há pelo menos dois anos. Além disso, há percentuais de vagas reservadas para jovens de até 25 anos que concluíram o Ensino Médio na rede pública ou em escolas particulares com bolsa integral, além de beneficiários de programas sociais das secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e de Justiça e Cidadania (Sejus).
O candidato deve, no ato da inscrição, informar o serviço desejado — primeira habilitação, renovação, adição ou troca de categoria — e se autodeclarar negro, pardo, indígena, transexual, idoso, egresso do Sistema Socioeducativo, ou integrante de famílias em situação de extrema pobreza ou beneficiárias do Bolsa Família, conforme previsto no edital. O programa Habilitação Social continua sendo uma ferramenta essencial para oferecer mais oportunidades e promover a inclusão social no Distrito Federal.