A vacina contra chikungunya Ixchiq, desenvolvida pela farmacêutica franco-austríaca Valneva em parceria com o Instituto Butantan, teve a licença suspensa nos Estados Unidos na sexta-feira (22/8).
A decisão da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora do país, ocorre após quatro novos relatos de efeitos adversos graves, que culminaram em hospitalizações e uma morte. Desde o início do ano foram registradas 21 hospitalizações e três óbitos possivelmente ligados ao imunizante.
No Brasil, a vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril deste ano para pessoas de 18 a 65 anos e continua autorizada, embora ainda não tenha sido comercializada.
Chikungunya
- A chikungunya é transmitida principalmente pelas fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, este último conhecido como mosquito-tigre.
- Os mesmos também são vetores de outras doenças, como dengue e zika.
- À medida que o planeta aquece devido às mudanças climáticas, o mosquito-tigre tem avançado para regiões mais ao norte, ampliando a área de circulação.
- Os sintomas da chikungunya são parecidos com os da dengue e do zika, o que pode dificultar o diagnóstico.
- A doença costuma causar febre, dores nas articulações, fadiga e, em alguns casos, sequelas prolongadas.
Suspensão da vacina
A FDA havia suspendido temporariamente o uso da vacina em pessoas com idades acima de 60 anos em maio deste ano, mas retomou a aplicação no início de agosto, após reavaliar o risco-benefício.
Os novos relatos de “possíveis efeitos adversos graves” incluem três casos com idosos, com idades entre 70 e 82 anos. Um paciente de 55 anos também apresentou reação grave. Um dos óbitos, conforme o órgão, foi causado por inflamação cerebral associada à vacina.

O imunizante contém uma versão viva e atenuada do vírus chikungunya, o que pode causar sintomas semelhantes aos da doença. Por isso, a FDA reforça que a decisão de aplicar o Ixchiq deve considerar cuidadosamente o risco individual, especialmente em pessoas com condições de saúde pré-existentes.
Segundo a Valneva, os novos casos apresentam sintomas semelhantes aos já observados em estudos e na experiência pós-comercialização, principalmente entre idosos. A empresa afirma que continua investigando as ocorrências e acompanhando a situação nos países onde a vacina é usada, destacando seu papel na proteção contra a chikungunya em regiões endêmicas.
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