O colesterol é uma gordura produzida pelo organismo e necessária para várias funções do corpo, como a produção de vitamina D e formação de hormônios. O problema do colesterol alto surge quando o LDL, o chamado “ruim”, se mantém elevado e começa a se acumular nas artérias.
O acúmulo progressivo dessas partículas favorece o entupimento dos vasos e aumenta o risco de infarto e AVC. Como a alteração não provoca dor nem incômodo imediato, muitas pessoas só descobrem o problema ao fazer exames de rotina.
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Sinais que podem indicar colesterol alto
O colesterol alto não mostra sintomas diretos, mas alguns indícios ajudam a identificar quem tem maior chance de apresentar alterações. Especialistas ouvidos pelo Metrópoles listaram os principais sinais. Dentre eles, destacam-se:
- Acúmulo de gordura abdominal: indica desregulação metabólica e costuma aparecer em pessoas com LDL elevado.
- Resistência à insulina e diabetes: ambas as condições caminham ao lado do colesterol alto e aumentam o risco cardiovascular.
- Aparecimento de xantomas: nódulos pequenos de gordura na pele ou nos tendões, observados somente em níveis muito altos.
- Xantelasmas: placas amareladas nas pálpebras, menos comuns, mas associadas a colesterol persistentemente elevado.
- Níveis muito altos de colesterol desde cedo: valores acima de 190 mg/dL em adultos ou 160 mg/dL em crianças sugerem influência genética, principalmente quando a alimentação é adequada.
“O que mais preocupa é que muitos pacientes só descobrem o colesterol alto depois de uma complicação, porque passam anos com níveis elevados sem apresentar qualquer sinal. Esse comportamento silencioso é típico de quadros hereditários ou de pessoas com múltiplos fatores de risco não monitorados”, explica a endocrinologista Isabela Carballal, do Hospital Brasília Águas Claras.
Alimentação também revela risco de colesterol alto
A rotina alimentar do paciente costuma dar pistas sobre o comportamento do colesterol. Cansaço após refeições muito gordurosas, fome recorrente ao longo do dia e frequência alta de refeições fora de casa sugerem excesso de gorduras saturadas.
Frituras, queijos, molhos cremosos, ultraprocessados, granolas ricas em açúcar, queijos magros consumidos em quantidade alta, laticínios integrais e carne vermelha constante ao longo da semana também favorecem a elevação do LDL.
Alimentos ricos em gorduras saturadas elevam o LDL e aumentam o risco de colesterol alto
O que ajuda a reduzir o colesterol?
A estratégia mais indicada para a redução do colesterol é fazer mudanças significativas na alimentação. Dietas eficazes mostram resultados entre quatro e doze semanas. Fibras solúveis, menor ingestão de gordura saturada e inclusão de gorduras boas — como azeite, castanhas e peixes — ajudam a reduzir o LDL.
A montagem do prato também faz diferença. Metade deve ser preenchida com legumes e verduras. O restante deve unir proteínas de qualidade e carboidratos equilibrados. O consumo diário de 25 g a 35 g de fibras é recomendado, principalmente de fontes como aveia, chia, linhaça, feijões, lentilha e frutas.
Outro fator essencial é uma boa hidratação, já que a água potencializa a ação das fibras. Carnes brancas e ovos podem ser priorizados, enquanto a carne vermelha deve aparecer com menor frequência.
“Quem faz ajustes na alimentação costuma ver melhora do LDL já no primeiro mês, mas quem tem predisposição genética precisa de acompanhamento contínuo para manter o colesterol controlado a longo prazo”, afirma a nutricionista Carla de Castro, da clínica Sallva, em Brasília.
Quando a medicação entra no tratamento?
O uso de medicamentos depende do risco cardiovascular no geral. Níveis muito elevados de LDL, presença de diabetes ou histórico de infarto e AVC costumam justificar o início da terapia.
Em adultos jovens, o cuidado é ainda mais relevante, porque o efeito do colesterol alto se acumula ao longo do tempo. O controle saudável combina uma boa alimentação, acompanhamento profissional e, quando necessário, medicação. Detectar o problema cedo reduz o risco de complicações futuras.
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