Após o caso do policial militar que jogou um jovem de uma ponte na zona sul de São Paulo, deputados PSol pediram a criação de uma comissão externa da Cãmara para investigar o aumento da letalidade da PM paulista.
O requerimento foi enviado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nessa quarta-feira (4/12). O pedido é assinado por todos os 13 deputados federais que o PSol possui atualmente na Casa.
O requerimento é de autoria do deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) e cita o caso do jovem jogado da ponte como o estopim para a bancada protocolar o pedido de criação da comissão externa.
“A despeito da censura do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e da alta cúpula da Polícia Militar sobre o episódio e a conduta ilegal do policial militar, a cena é, na verdade, a expressão de uma política de segurança pública que dá um salve-conduto à atuação arbitrária e descontrolada dos policiais”, afirmam os deputados no pedido.
À coluna, Tarcísio admitiu que é preciso fazer “ajustes” na Polícia Militar do Estado após os recentes casos de abusos, mas negou que o secretário Guilherme Derrite esteja enfraquecido.
Bolsonaristas minimizam
O pedido do PSol vem também após parlamentares bolsonaristas minimizarem o caso. O senador Jorge Seif (PL-SC), por exemplo, defendeu a ação da PM paulista, ironizando que o jovem não foi atirado de “um penhasco”.
Para a bancada do PSol, a ação, assim como os dados sobre o aumento da letalidade policial, precisa ser investigada, pois demonstra um “padrão de atuação” em vigor desde o início do governo de Tarcísio de Freitas no estado.
“Fica demonstrada a existência de perseguição política dentro de uma instituição tão valiosa e importante para o conjunto da sociedade. As ações do governo enviaram um aviso a toda a corporação: Tarcísio inaugurou no estado a politização das forças policiais ostensivas e pretende tirar do seu caminho aqueles e aquelas profissionais que prezam pelo combate ao crime com ações e respostas dentro da lei”, dizem os deputados no requerimento.
O pedido agora está nas mãos de Lira. Como a comissão pedida pelo PSol é sem ônus para a Câmara, o requerimento precisa apenas ser despachado pelo presidente da Casa, sem necessidade de votação no plenário.