Relator da CPMI que investigará fraudes bilionárias no INSS, o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) afirmou, em entrevista ao Metrópoles, à coluna de Paulo Cappelli, nesta segunda-feira (25/8), que a investigação terá como foco principal rastrear recursos desviados do sistema previdenciário. O escândalo foi revelado pelo Metrópoles.
Gaspar adiantou que convocará ministros da Previdência que passaram mais tempo no cargo nos governos Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, além de todos os presidentes do INSS.
Segundo o parlamentar, o plano de trabalho da comissão terá “começo, meio e fim”, e será dividido em seis eixos investigativos. O objetivo, explicou Gaspar, é compreender desde o modus operandi das fraudes até mecanismos de proteção para evitar novas práticas.
“Eu peguei os ministros da Previdência dos governos Dilma (segundo mandato), Temer, Bolsonaro e Lula que passaram mais tempo no cargo, para não ter de chamar todos em um primeiro momento. Escolhi esse marco temporal: quem ficou mais tempo no cargo virá para esse primeiro lote de oitivas. Já os presidentes do INSS, diante da importância e do fato de o foco estar diretamente relacionado ao INSS, optei por convocar todos ”, adiantou.
O deputado destacou ainda que uma das principais etapas será “seguir o caminho do dinheiro”:
“O aposentado está passando fome em casa, com sacrifício, mas tem alguém que colocou o dinheiro no bolso, morando em cobertura luxuosa, com aeronaves, barcos, propriedades no exterior. Temos de percorrer o caminho desse dinheiro”, destacou.
Escândalo do INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As revelações levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias do Metrópoles foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
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