A internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar um sangramento na cabeça interrompeu uma rotina de atividades que costumavam tomar a agenda do chefe do Executivo. Viagens, reuniões com autoridades e empresários, eventos para divulgar ações do governo deram lugar a sucessivos procedimentos médicos e poucas visitas familiares. Apesar disso, auxiliares do presidente seguem despachando normalmente do Palácio do Planalto.
Lula está afastado de suas atividades desde segunda-feira (9/12), quando foi levado a São Paulo para fazer uma cirurgia de emergência. O procedimento é consequência de uma queda sofrida por ele em outubro, num banheiro do Palácio da Alvorada.
O presidente costuma manter uma rotina de viagens frequentes, mas reduziu o ritmo após o acidente doméstico. Ainda assim, nos dias que antecederam a cirurgia de emergência, Lula emendou a ida a Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, e a Montevidéu, no Uruguai. Na volta, passou por São Paulo.
Segundo o cardiologista Roberto Kalil Filho, médico de Lula, o titular do Planalto poderá retornar para Brasília assim que receber alta do hospital, prevista para o início da semana que vem. Com isso, poderá retomar algumas atividades.
“O que se espera é que na próxima semana o presidente esteja já no [Palácio da] Alvorada. Claro, após o procedimento cirúrgico, após o que aconteceu, vai se requerer um repouso relativo por algumas semanas, talvez”, disse o médico em entrevista à imprensa nessa quinta-feira (12/12).
Outra atividade rotineira do presidente é receber ministros, governadores, prefeitos, empresários e outras autoridades em seu gabinete no Planalto. Com a internação, as conversas ficaram restritas a algumas ligações a auxiliares, uma vez que estão autorizadas apenas visitas de familiares ao chefe do Executivo.
Na quinta, o ministro Rui Costa informou que, durante uma conversa por telefone, o presidente pediu atualizações sobre o andamento da pauta do governo no Congresso. Além disso, o titular da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha, disse que Lula continua com a rotina de sanções enquanto se recupera da cirurgia. “Tudo aquilo que tenha prazo para sanção, ele está assinando”, afirmou.
O afastamento do presidente também levou ao cancelamento de um evento de entrega do Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, do qual ele participaria. Ainda não há previsão da nova data para a cerimônia.
Outras agendas previstas, como a visita oficial do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, ficaram a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
