Campanha “Cartão Vermelho para o Racismo” ganha alcance nacional após acordo entre GDF e CBF

Por: Kelven Andrade

O governador Ibaneis Rocha assinou, nesta quinta-feira (28), um acordo de cooperação técnica entre o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para expandir a campanha Cartão Vermelho para o Racismo em estádios de todo o país.

Criada em Brasília e já aplicada em partidas locais, a iniciativa agora passa a integrar oficialmente os principais campeonatos nacionais, incluindo o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, o Brasileirão Feminino A1 e a Copa do Brasil Feminina. A campanha prevê a distribuição de cartões vermelhos aos torcedores nos portões de acesso, atos simbólicos antes dos jogos, programas de letramento racial para atletas e comissões técnicas, além de ampla divulgação em telões, painéis e backdrops de entrevistas.

“O Distrito Federal mostra, mais uma vez, que é possível unir esporte e cidadania. Essa campanha nasceu aqui e agora vai ganhar o Brasil inteiro devido à sua importância. O futebol é paixão nacional e não pode conviver com qualquer forma de discriminação”, destacou o governador Ibaneis Rocha durante a solenidade no Palácio do Buriti.

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Segundo a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, a iniciativa busca transformar o futebol em um espaço de protagonismo na luta pela igualdade racial. “Nós iniciamos o protocolo entrando nos estádios, pedindo um minuto de silêncio, levantando o cartão vermelho, mas agora a campanha ganha uma dimensão maior. Esse acordo com a CBF firma o compromisso do futebol brasileiro em protagonizar espaço para que a gente fale da questão da igualdade racial. A cada comunicação visual da CBF nos estádios, seja no momento de entrevista do jogador, seja nos letreiros, todos trarão a mesma mensagem: cartão vermelho para o racismo”, afirmou.

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O presidente da CBF, Samir Xaud, também reforçou a relevância da parceria.“O futebol é de todo mundo, e não aceita mais esse tipo de atitude. Temos que ser duros contra o racismo e qualquer forma de discriminação. Essa campanha é muito importante, com o apoio do GDF, e estamos reforçando ainda mais essa luta. O que esperamos é que isso se propague por todo o país. O futebol é uma ferramenta fundamental, faz parte da cultura do brasileiro, e consegue chegar a locais onde outras estruturas não chegam. Acreditamos muito nessa parceria, e a CBF está 100% empenhada em ajudar e atuar contra o racismo em todo o Brasil”, disse.

A assinatura ocorreu no Palácio do Buriti e contou com a presença de autoridades do GDF, como o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, o vice-presidente da CBF, Gustavo Dias Henrique, e o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcellos.

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O acordo terá vigência de 24 meses e estabelece que cada instituição arcará com suas próprias despesas. Caberá à Sejus-DF a produção e logística dos materiais gráficos, além da execução de ações educativas. Já a CBF será responsável por articular os atos simbólicos com clubes, federações e árbitros, além de garantir a divulgação da campanha em seus canais oficiais. Um comitê conjunto acompanhará os resultados e proporá ajustes durante a execução.

A campanha faz parte da Política Distrital de Prevenção e Combate ao Racismo nos Estádios, instituída pela Lei Vinícius Júnior (lei nº 22.084/2024), sancionada pelo GDF. A ação já esteve presente em três jogos promovidos pela CBF na Arena BRB Mané Garrincha, com o apoio da Federação Brasiliense de Futebol (FBF) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Os jogos foram marcados por gestos simbólicos contra o racismo, como a exibição coletiva de cartões vermelhos pelo público e faixas em campo com mensagens antidiscriminatórias.

Além da estreia no jogo entre Vasco e Palmeiras, em maio, a campanha foi levada às partidas entre Aparecidense e Fluminense e Capital e Botafogo.

*Informações da Agência Brasília

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