terça-feira, abril 15, 2025
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Ativista trans relata agressão em SP: “Tentativa de transfeminicídio”


São Paulo — A ativista social e comunicadora Iza Potter relata ter sido vítima de uma agressão em frente à porta de seu prédio. na manhã deste domingo (13/4), na região central de São Paulo.

Em vídeos publicados na rede social (veja abaixo), a influencer, conhecida pelo trabalho em defesa dos direitos de pessoas em vulnerabilidade e portadores de HIV, aparece com o rosto machucado e afirma ter sido agredida por um homem com quem havia acabado de se relacionar.

Segundo o relato, Iza convidou o homem para subir ao seu apartamento após conhecê-lo na volta de um evento. Depois de terem uma relação sexual, o homem passou a se recusar a sair do local, começou a ficar agressivo e a acusou de ter roubado o seu celular. A ativista afirma que ele já havia comentado sobre a perda do aparelho antes de subir ao apartamento.

Ao Metrópoles, Iza conta que, por volta das 5h da manhã do domingo, percebendo que algo estava errado, passou a tentar levar o homem para fora do prédio.

“Ao chegar na porta do prédio, ele me segurou pela camisa. E começou a falar: ‘Você me roubou, você estava comigo ali em tal festa’ e não falava coisa com coisa. E ali começaram as agressões. Quando ele segurou minha camisa, fiz um movimento para que a camisa saísse do meu corpo e eu conseguisse entrar, mas no que eu consegui entrar, ele agarrou nos meus cabelos, baixou minha cabeça e bater nela”, relata.

A agressão continuou com Iza parcialmente dentro do prédio e o agressor do lado de fora. “Ele puxando meu cabelo. Para arrancar. Ele estava com muita raiva”, afirma. Seus gritos alertaram vizinhos e uma amiga, que desceu e a ajudou a se livrar do agressor.

Iza reclama que, após subir ao apartamento para chamar a polícia, moradores e funcionários do prédio que presenciaram a cena não seguraram o homem, que continuou por um tempo no local e inclusive teria danificado a porta do prédio, segundo a vítima. Ele foi embora na sequência.

“Poderiam ter segurado ele, porque logo em seguida, cinco minutos depois, a polícia chegou. Era para ter sido em caráter de flagrante (…) Porque era uma travesti que estava ali, era a palavra dele dizendo que eu havia roubado. Eles falavam na cabeça deles que ‘travesti não presta’, mas sem saber quem era eu, o que eu faço, o trabalho em que eu atuo”, diz.

A ativista foi encaminhada até uma unidade de pronto atendimento e, na sequência, à delegacia, onde registrou boletim de ocorrência. Depois, passou pelo IML.

“Tentativa de transfeminicídio”

Iza afirma se sentir insegura para voltar ao seu prédio, com medo de que o agressor volte ao local, e pretende se mudar de endereço. Ela afirma que vai solicitar uma medida protetiva com base na Lei Maria da Penha. “Foi uma tentativa de transfeminicídio”, diz.

Além dos ferimentos na cabeça e no olho, a ativista relata que os golpes danificaram um aparelho auditivo que ela utiliza. “Ele bateu muito na minha cabeça, muito. Eu sou uma pessoa implantada, eu faço uso de aparelho auditivo. Ele danificou o meu aparelho, o aparelho está com mau funcionamento”.

A ativista relata que resolveu levar o caso a público para que não seja tratado apenas como “mais um episódio de violência contra uma pessoa trans”, ressaltando seu trabalho como comunicadora e ativista social. Iza tem 38 mil seguidores no Instagram e outros 3 mil no LinkedIn.

“O que importa para mim agora é buscar justiça. Quantas outras pessoas vão passar por isso? Quantas outras meninas podem passar por isso? Não vou ficar omissa com medo de que as pessoas julguem. Eu sou ser humano, acima de tudo”, afirma.





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