A economia brasileira avançou 3,4% em 2024 e totalizou R$ 11,7 trilhões, segundo o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, divulgado nesta sexta-feira (7/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado do PIB de 2024 é a última divulgação referente aos principais indicadores econômicos do país. Sabendo disso, o Metrópoles mostra a seguir como cada indicador se comportou no ano passado.
Indicadores econômicos em 2024
- A inflação fechou o ano passado em 4,83% — 0,33 ponto percentual acima do teto da meta. A meta inflacionária era de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual, tendo 1,5% como piso e 4,5% como teto.
- A taxa básica de juros do país, a Selic, fechou em 12,25% ao ano — voltando ao mesmo patamar de novembro de 2023. Essa foi a terceira alta consecutiva na taxa de juros. Já em janeiro deste ano, a taxa foi elevada para 13,25%, confirmando a expectativa por novas altas no início de 2025.
- O desemprego no Brasil recuou para 6,6% na taxa anual de 2024 — menor índice da série histórica iniciada em 2012, quando teve média anual de 7,4%.
- No acumulado de 2024, o Brasil abriu 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) — alta de 16,5% em comparação a 2023, quando foram criados 1,45 milhão de postos.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, e uma queda implica encolhimento da produção econômica da nação.
Para 2025, é esperado que haja uma desaceleração na economia nacional. As estimativas para o crescimento do PIB deste ano variam de 2,1% a 2,5% (projeções do Banco Central e do Ministério da Fazenda).
Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, avançou 4,83% no ano passado e, assim, configurou estouro do teto da meta — oitava vez que o alvo para o IPCA foi descumprido desde a implementação do sistema de metas de inflação, em 1999.
O resultado de 2024 foi influenciado principalmente pela alta de 7,69% do grupo Alimentação e bebidas. A inflação dos alimentos exerceu o maior peso no acumulado do ano passado.
Segundo dados do IBGE, os grupos Alimentação e bebidas (7,69%), Saúde e cuidados pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%) responderam por, aproximadamente, 65% do valor total do IPCA de 2024.
A projeção do mercado financeiro para a inflação deste ano está em 5,65% — bem acima do teto da meta inflacionária de 2025, que é de 4,50%. O próprio Banco Central indicou que a meta tem 50% de chance de ser descumprida em 2025.
Taxa Selic
Em 2024, a taxa básica de juros do país começou a 11,75% ao ano. Ao todo, houve três cortes, em janeiro, março e maio. Em junho e julho, a Selic foi mantida em 10,50% ao ano. Logo depois, o BC iniciou um ciclo de altas.
No ano passado, os juros fecharam em 12,25% ao ano. O aumento da Selic foi uma resposta à alta dos preços de bens e serviços, isso porque a taxa é o principal instrumento do BC para controlar o avanço da inflação e mantê-la dentro da meta.
A Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que reúne os oito diretores e o presidente do Banco Central. As reuniões ocorrem a cada 45 dias (confira o calendário de 2025 abaixo).
Em 2025, o Copom manteve o aperto monetário (ou seja, o aumento dos juros) e elevou a taxa de juros para 13,25% ao ano já em janeiro. Há expectativa de mais um aumento, de pelo menos 1 ponto percentual, na reunião de março.

Desemprego e vagas de emprego
O nível de desemprego recuou para 6,6% em 2024 — uma queda de 1,2 ponto percentual em relação a 2023 (7,8%).
Além disso, o Brasil teve o menor número de desempregados desde 2014, com um contingente de 7,4 milhões de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego).
No recorte de vagas de empregos formais criadas, o Brasil criou 1,69 milhão de vagas no ano passado, após dois anos de desaceleração. Com isso, a abertura de postos de trabalho com carteira assinada voltou a crescer em 2024.
O saldo de janeiro a dezembro de 2024 foi decorrente de 25,57 milhões de admissões e 23,87 milhões de desligamentos.