terça-feira, julho 1, 2025
spot_img
HomeNotíciasAções de saúde para quilombolas são reforçadas com foco na equidade racial

Ações de saúde para quilombolas são reforçadas com foco na equidade racial


Entre as medidas anunciadas pela ministra Nísia Trindade para o ‘Saúde sem Racismo’, estão investimentos para garantir saúde integral a comunidades quilombolas, reforçando o compromisso com populações vulneráveis

Em um marco histórico, o Ministério da Saúde lançou o pacote de medidas “Saúde sem Racismo: políticas pela Igualdade Racial” , reafirmando o compromisso com a equidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e o direito à saúde da população quilombola. Com cerca de 1,3 milhão de quilombolas distribuídos em mais de 6 mil comunidades, segundo o Censo 2022, a maioria enfrenta barreiras significativas no acesso a serviços de saúde.

A ministra Nísia Trindade destacou a relevância dessas ações para reparar uma dívida histórica com essas populações. “Estamos colocando a saúde quilombola no centro da agenda pública, com investimentos e políticas que promovam dignidade, inclusão e bem-estar para quem historicamente foi esquecido pelo Estado”, lembrou a ministra.

Novas ações no SUS

Entre as iniciativas anunciadas, o Ministério da Saúde implementará:

  • Investimento adicional em Equipes de Saúde Bucal da Atenção Primária à Saúde (APS) que atendem comunidades quilombolas;
  • Ampliação do programa Mais Médicos , atualmente presente em 1.696 municípios com comunidades quilombolas;
  • Criação de 400 salas de estabilização e 140 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) , priorizando municípios com comunidades quilombolas;
  • Formação Profissional do SUS para Saúde Quilombola, capacitando profissionais para atuar em contextos específicos dessas comunidades;
  • Projeto SUS Digital, com implementação inicial em Oriximiná, visando modernizar o atendimento;
  • Ações de saúde ambiental, considerando vulnerabilidades étnico-raciais e o impacto das mudanças climáticas na saúde.

Observatório

Outra medida estratégica para beneficiar a população quilombola é a criação do Observatório para a Saúde da População Negra, que será sediado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A previsão é que o observatório esteja em funcionamento até o primeiro semestre de 2025, monitorando indicadores de saúde e propondo políticas inclusivas.

Luís Eduardo Batista, chefe da Assessoria para Equidade Racial em Saúde, ressaltou a importância do Observatório: “Esse espaço será um ponto de virada na produção de dados e diretrizes para conter as desigualdades em saúde, promovendo a equidade racial como pilar essencial do SUS.”

População quilombola e desafios estruturais

Dados do IBGE apontam que a população quilombola é majoritariamente jovem, com média de idade de 31 anos, quatro anos abaixo da média nacional. No entanto, enfrenta desafios como a taxa de analfabetismo três vezes superior à média nacional e o acesso limitado à saúde em áreas remotas.

Com o lançamento dessas iniciativas, o Ministério da Saúde busca a construção de um sistema de saúde mais inclusivo e equitativo, capaz de responder às demandas históricas desse público e promover justiça social.

Edjalma Borges
Ministério da Saúde



Source link

RELATED ARTICLES

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisment -
Google search engine

Most Popular

Recent Comments