É tempo de férias pelo Brasil! Com a chegada de dezembro e as festas de fim de ano, começa a temporada de descanso pelo país. A época costuma ser marcada por viagens e, consequentemente, uma rotina diferente da habitual. No entanto, cardiologistas entrevistados pelo Metrópoles são firmes no alerta: o coração não entra de férias e continua necessitando dos mesmos cuidados para funcionar da maneira correta.
Geralmente, é nesse período que dormimos menos, nos alimentamos pior e a hidratação fica de lado — todos fatores prejudiciais à saúde cardiovascular. Caso você viaje para algum destino na praia, ainda há o agravante de encarar as altas temperaturas do verão.
“A pausa é fundamental para que a gente recupere a saúde física e mental. Porém, é importante que as pessoas saibam que a saúde não tira férias. O corpo não sabe que você está de férias. Por isso, é fundamental manter o uso regular dos medicamentos, ficar atento à dieta, à alimentação correta e à atividade física que já está acostumado a fazer”, explica o cardiologista Renault Ribeiro Júnior, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Segundo o especialista, a qualquer sinal de dor peito — especialmente incômodos que causam aperto e irradiam para braços ou costas –, palpitações, tonturas, dores de cabeça e falta de ar é essencial buscar atendimento médico, pois podem ser sintomas de que o coração não está bem. Indivíduos com histórico de problemas cardiovasculares devem ter atenção redobrada.
Principais cuidados com o coração nas férias
Manutenção do estilo de vida
É comum relaxar não apenas o corpo durante as férias: a alimentação fica mais desregrada, a prática regular de exercícios físicos diminui e a rotina de sono fica mais desregulada. Em compensação, o consumo de comidas pesadas e álcool fica mais “liberado”.
“Para evitar problemas cardíacos nesta época do ano, é importante manter-se sempre bem hidratado, consumir alimentos saudáveis com baixo teor de gorduras e evitar o abuso do sal”, aconselha o cardiologista Ricardo Teixeira Leal, do Hospital do Coração do Brasil, também em Brasília. Meter o pé na jaca em bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de arritmias cardíacas.
Atenção com as altas temperaturas
Para quem vai viajar e escolheu destinos com o sol “estalando”, a atenção deve ser redobrada. Passeios ao ar livre, com consumo de álcool exacerbado e alimentação desregrada podem ser a combinação perfeita para uma pane no coração.
“Nos dias mais quentes, em especial naqueles em que a temperatura fica acima 30°C, os vasos sanguíneos passam por um processo de vasodilatação que influencia diretamente na nossa pressão arterial e na frequência cardíaca. Por esse motivo, podem acontecer episódios de redução da pressão arterial e as pessoas podem se sentir com tontura, ter desmaios e até apresentar arritmia cardíaca”, aponta Leal.
Como o calor também aumenta a sudorese excessiva, o corpo responde fechando os vasos sanguíneos para manter a pressão nos níveis normais e aumenta os batimentos cardíacos para garantir o funcionamento adequado do organismo.
“Esses são mecanismos naturais e normais que ocorrem no organismo, porém levam a uma sobrecarga cardíaca e as pessoas que já possuem alguma doença relacionada ao sistema cardiovascular podem ter o risco aumentado de desenvolver infarto ou AVC”, diz Leal.
Continuidade das medicações
Para quem toma medicação para problemas do coração, incluindo hipertensão arterial, colesterol elevado ou diabetes, é essencial continuar seguindo as orientações médicas, mesmo nos períodos de descanso.
“A pessoa não deve deixar de tomar o remédio porque vai beber alguma coisa ou comer determinados alimentos. É normal se sentir melhor pelo descanso, mas o corpo continua exposto aos mesmos problemas de saúde”, ressalta Júnior.
Hidratação tem que estar em dia
Para não sofrer tanto com o calor, é importante manter a hidratação em dia, ingerindo opções líquidas mais saudáveis, como água, sucos naturais, isotônicos e água de coco. “Pessoas que aproveitam essa época do ano para realizar atividade física não rotineira precisam ter cautela. É importante dosar a exposição ao sol e mantê-la sempre em níveis saudáveis, associado ao aumento da ingestão hídrica durante as atividades físicas”, finaliza Leal.












