O governo francês convocou, nesta segunda-feira (24/8), o embaixador dos Estados Unidos em Paris para prestar esclarecimentos após ele enviar uma carta ao presidente Emmanuel Macron criticando como insuficientes as ações do líder francês no combate ao antissemitismo.
Na mensagem, Charles Kushner — pai de Jared Kushner, que é genro do presidente dos Estados Unidos Donald Trump — manifestou “profunda preocupação com o aumento dramático do antissemitismo na França” e acusou Paris de “falhar” no combate à violência contra judeus.
“Na França, não passa um dia sem que judeus sejam agredidos nas ruas; e as sinagogas e as escolas sejam depredadas; e os comércios judeus, vandalizados”, escreveu o diplomata.
As declarações foram classificadas como “inaceitáveis” pelo governo francês. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que elas violam o direito internacional, em especial o princípio de não interferência em assuntos internos dos Estados, previsto na Convenção de Viena de 1961, que rege as relações diplomáticas.
#EtatsUnis | Allégations de l’ambassadeur sur l’antisémitisme en
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Déclaration
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— France Diplomatie
(@francediplo) August 24, 2025
A tensão ganhou força após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusar Macron de “alimentar o fogo antissemita” no país, especialmente depois de o francês afirmar que reconhecerá oficialmente a Palestina.
Na carta, Netanyahu pediu a Macron que “substituam a fraqueza pela ação, o apaziguamento pela vontade, e que o façam antes de uma data clara: o Ano Novo Judaico, em 23 de setembro de 2025”. A data coincide com o último dia da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O texto também atribui o crescimento do antissemitismo na Europa às declarações de Macron. “Desde suas manifestações públicas atacando Israel e sinalizando o reconhecimento de um Estado palestino, o antissemitismo aumentou. Após o ataque do Hamas ao povo israelense em 7 de outubro de 2023, extremistas pró-Hamas e radicais de esquerda promovem campanhas de intimidação, vandalismo e violência contra judeus em toda a Europa”, diz o documento.
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