A série Tremembé é uma das mais aguardadas do ano pois dramatizará eventos reais que ocorreram dentro da penitenciária brasileira homônima conhecida como o “presídio dos famosos”. Além de relatar a vivência de notórios criminosos, como Suzane von Richthofen e Alexandre Nardoni, a trama promete mostrar bastidores inéditos do dia a dia no local.
Em meio a curiosidade do público, a série foi muito elogiada nas redes sociais logo que as primeiras imagens foram divulgadas. Isto porquê a caracterização dos atores para viver os criminosos retratados surpreendeu de forma positiva.
Em entrevista ao Metrópoles, o elenco da produção revelou detalhes de bastidores de como eles conseguiram chegar aos resultados finais que serão vistos na tela. O trabalho demandou semanas e muitas conversas entre a caracterizadora e figurinista Britney Federline e os próprios atores, que tiveram liberdades para opinar sobre a composição dos personagens.
Apesar da caracterização ter chamado atenção nas redes sociais, a diretora e roteirista da produção, Vera Egito, destacou que o debate é muito mais profundo. Ela enfatizou que tudo começou com o roteiro e foi sendo construído por uma série de fatores, que incluem a inspiração nos eventos reais.
“Quando você constrói uma história dramática, ela faz sentido internamente — aquele universo é um universo coeso e autorreferente. Então, se você consegue construir isso, cada personagem é absolutamente esférico e faz sentido, ainda que seja incoerente dentro dele mesmo”, pontuou.
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Para Ulisses Campbell, que é roteirista da produção e autor dos livros que deram origem à série, o debate vai muito além de se os atores estão parecidos ou não com as pessoas que estão interpretando e passa pela questão de se os atores estão convincentes e dando credibilidade.
“Eu acho que é um conjunto, porque também não adianta você ter uma boa caracterização se você não tiver uma atuação muito boa. É uma combinação de várias coisas que é até difícil você apontar se é isso ou se é aquilo. Acho que é tudo”, complementou.
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Qual caracterização foi mais marcante para os atores?
Para Carol Garcia, que interpreta Elize Matsunaga na série, a caracterização de Letícia Rodrigues como Sandrão foi muito surpreendente. Ela ponderou que, assim como a caracterização dela, foram vários processos e dias até chegar ao resultado final.
“Eu acho que a da Elize, só o cabelo, eu acho que foram cinco ou seis dias para ele chegar num tom certo. E o da Letícia, eu lembro dela chegando cada dia no nosso ensaio em uma parte do processo. Quando você vê essas pessoas com o figurino dentro daquele espaço, é algo inacreditável”, ponderou.
Carol Garcia interpreta Elize Matsunaga em Tremembé. Inicialmente condenada a 16 anos e 11 meses de prisão pelo assassinato de então marido, Marcos Matsunaga, em 2012, ela teve a pena reduzida a 16 anos e três meses.
Quem também comentou o assunto foi Kelner Macêdo. O ator interpreta Cristian Cravinhos na trama e revela que a caracterização que mais o assustou foi a de Anselmo Vasconcelos como o ex-médico Roger Abdelmassih.
“O Roger era surreal. Quando ele montava e ia para o lounge esperar a hora de filmar, nossa, eu chegava e pensava: ‘Ih, é o Dr. Roger, não chego nem perto’”, brincou o ator. Outra caracterização mencionada foi a de Lucas Oradovschi, que faz Alexandre Nardoni na produção.
Com mais de 50 anos de atuação, Anselmo Vasconcelos é responsável por dar vida ao ex-médico brasileiro Roger Abdelmassih, condenado a mais de 181 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes em sua clínica de fertilização
Ainda no tema do trabalho de caracterização, Carol Garcia ressaltou especialmente que as personagens dela, de Maria Ruy Barbosa (Suzane von Richthofen) e de Letícia (Sandrão), tem registros em várias fases da vida e que um dos processos da caracterização foi decidir qual recorte iriam fazer.
“O trabalho da Britney nos ajudou muito na construção e eu, particularmente, acho que as meninas vão dizer isso também, quando me vi pronta no primeiro dia, eu falei: ‘agora a brincadeira começou, agora a gente tá inserido aqui dentro desse lugar’”. relatou.
Maria Ruy Barbosa (Suzane von Richthofen), Letícia Rodrigues (Sandrão) e Carol Garcia (Elize Matsunaga) em Tremembé
Marina Ruy Barbosa se aprofundou neste debate e destacou que apesar do público ter essa ideia de que a caracterização é fácil e rápida, faz parte de um processo longo. “É um processo construtivo que foi importante para a gente chegar no resultado que a gente chegou, tanto de interpretação, de entendimento de personagem e também chegar na caracterização onde a gente se sentia mais seguro para contar essa história”, pontuou.
Para Letícia Rodrigues, fez toda a diferença poder trabalhar junto com a equipe de figurino para a construção dos personagens. “Isso é uma coisa maravilhosa, porque isso faz com que a gente consiga elaborar junto esse conceito de personagem também, que às vezes sai só da sala de roteiro, o personagem assim, assim, assado. E nesse caso de Tremembé, ele saiu muito bem construído no roteiro, mas fisicamente deu muita possibilidade para gente criar junto, e isso é muito bom enquanto intérprete”, destacou a atriz também.