HomeSAÚDEXô, dores nas articulações! Saiba identificar seu tipo de pisada

Xô, dores nas articulações! Saiba identificar seu tipo de pisada


Seus tênis se desgastam de forma diferente quando você compara os dois lados da sola do sapato? Se sim, este é um indicativo de como é sua pisada e não conhecê-la pode ter sérias consequências na formação de dores nas articulações.

O aparecimento dessas dores, especialmente quando ocorre antes dos 30 anos, costuma estar relacionado ao modo de pisar, alerta o ortopedista Maurício Martelletto, de São Paulo. “O uso de um calçado inadequado de acordo com o tipo de pisada pode causar sobrecargas nas articulações e gerar problemas como fascite plantar, tendinite, dores nos joelhos e até lesões na coluna”, afirma o médico.

O que determina o tipo de pisada?

O tipo de pisada influencia diretamente no alinhamento corporal. Existem três tipos: neutra, pronada e supinada. Esse padrão é definido por características anatômicas. Estrutura óssea, tipo de pé e flexibilidade das articulações determinam a forma como o pé toca o chão.

Aproximadamente metade da população possui uma pisada neutra, mas quando o pé gira demais para dentro (pronada) ou para fora (supinada) durante a caminhada ou corrida, pode haver um desequilíbrio na distribuição do peso.


Os três tipos de pisada

  • Neutra: como o próprio nome sugere, na pisada neutra, o peso é distribuído igualmente entre os dois lados do pé. É considerada a “pisada ideal”, já que mantém o equilíbrio.
  • Pronada: a lateral interna dos pés acaba recebendo a maior parte do peso durante a movimentação, o que desgasta mais esta parte do calçado. Os casos costumam ser causados por um desalinhamento nos joelhos que inclina levemente as pernas para fora, com o pé compensando para dentro.
  • Supinada: conhecida como pisada para fora, é o desgaste que ocorre na lateral externa do tênis. É o oposto da pronada em tudo, até em sua causa mais frequente: acontece quando os joelhos são levemente deslocados levando as pernas levemente para dentro, o que compensa nos pés.

Como identificar sua pisada

Para observar qual o seu tipo de pisada com precisão, é preciso consultar um ortopedista e fazer testes clínicos e exames como a baropodometria, que analisa a pressão na planta dos pés durante a marcha.

Em geral, porém, o desgaste irregular na sola do calçado pode ser um bom indicativo. Desgaste na parte interna indica pisada pronada. Se estiver na borda externa, é supinada. Já o padrão neutro desgasta a sola de forma equilibrada entre os lados.

Cada pé tem uma estrutura própria

Além da pisada, é importante entender o tipo de pé. O pé normal tem curvatura ideal e sustenta bem o corpo. Ele costuma gerar uma pisada neutra. Já o pé cavo apresenta arco elevado e menos contato com o chão, gerando pisada supinada.

O pé plano, ou chato, encosta quase por completo no solo. A falta de arco favorece a rotação excessiva para dentro, resultando na pisada pronada. Esses tipos de pé exigem cuidados maiores para evitar dores crônicas.

“O arco do pé é uma estrutura de absorção de impacto. Quando ele está alterado, todo o corpo sofre. Mesmo no dia a dia, nas atividades do cotidiano, calçados rígidos, com solados finos, não ajudam a absorver o impacto podendo se tornar uma fonte de dores nos pés”, explica o fisioterapeuta Mateus Martinez, diretor clínico da Pés Sem Dor.

Tênis adequado é aliado na prevenção de dores

Escolher o tênis certo faz diferença. Para atividades de alto impacto, como corrida, o ideal é investir em calçados com bom amortecimento. Já para treinos de força, modelos com maior estabilidade oferecem o suporte necessário.

Martelletto alerta que calçados inadequados aceleram o desgaste articular. “Pessoas com pisada pronada precisam de tênis com mais suporte na região interna do pé, enquanto aqueles com pisada supinada devem optar por modelos com maior amortecimento na parte externa. Além disso, é essencial trocar o tênis regularmente, pois o desgaste do solado reduz a eficácia na absorção de impacto”, afirma.

Ajustes na rotina aliviam desconfortos

Reduzir o impacto nas articulações envolve outras estratégias. Evitar atividades de alto impacto quando há dor é um começo: reavaliar o plano de treino com um educador físico pode ser necessário para evitar sobrecargas.

Ficar muito tempo em pé sem pausas piora os sintomas, e o ideal é fazer pequenos descansos a cada duas horas. Sentar-se por cinco minutos já reduz a pressão sobre os calcanhares e melhora a circulação nos membros inferiores.

Em casos de sobrepeso, a redução do peso corporal também contribui para aliviar dores. Isso diminui a sobrecarga sobre os pés e joelhos, o que reduz as chances de inflamações e lesões repetitivas.

Martinez também aconselha a, se possível, usar palmilhas ortopédicas feitas sob medida. “Elas respeitam todas as dimensões dos pés e vão agir exatamente naqueles pontos onde a dor acontece, além de reduzir o impacto nas articulações”, finaliza o fisioterapeuta.

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