Mesmo já tendo anunciado ações bastante amargas, como cortes bilionários e a demissão de 35.000 funcionários até 2030, a Volkswagen poderá ter de tomar medidas ainda mais drásticas para sair da crise. Pelo menos é que adianta reportagem recente do jornal alemão Handelsblatt. De acordo com a publicação, fontes ligadas à marca revelaram que a companhia deverá promover “cortes ainda mais profundos” para conseguir fechar as contas no curto prazo.
Detalhes sobre os novos cortes não foram revelados, mas tudo indica que terão o objetivo de recuperar os índices de lucratividade da marca. A Volkswagen esperava ampliar sua margem de lucro para 6,5% até 2026, mas teve de atrasar a meta em 3 ou 4 anos diante da crise.
No início do mês, a agência de notícias Reuters relatou que algumas montadoras chinesas estavam interessadas em comprar fábricas ociosas da Volkswagen na Alemanha. O negócio permitiria que as orientais driblassem as tarifas da União Europeia, que podem chegar a 35,3% no caso da SAIC, e ajudaria a alemã a melhorar seu balanço rapidamente.
O próprio CEO do grupo, Oliver Blume, confirmou as informações. “É sempre positivo quando as empresas investem na Europa. Temos parcerias próximas na China e, claro, houve conversas, mas nenhuma decisão concreta”, disse.
Entre as opções, a fábrica de Osnabrück é uma das mais cotadas. A planta produzirá o crossover T-Roc Cabriolet até meados de 2027, mas tem futuro incerto depois disso. A Reuters diz que a Volkswagen estaria disposta a vender a unidade para um comprador chinês. O mesmo vale para a fábrica de Dresden, que também poderá ficar ociosa após o encerramento da montagem do hatch elétrico ID.3 no final do ano.