Vamos fazer um exercício de memória: quantas vezes você ouviu falar da Mitsubishi nos últimos meses? Poucas, provavelmente. A marca japonesa tem andado discreta no palco global, mas esteve no centro de uma das maiores novelas recentes do setor automotivo: a possível aliança entre Honda e Nissan, que começou a ser discutida no fim do ano passado e terminou sem sucesso em fevereiro deste ano.
Um dos motivos para o fracasso dessa parceria, inclusive, teria sido justamente a posição da Mitsubishi nesse acordo. Segundo o jornal japonês Yomiuri, a montadora por trás de ícones como Lancer, Eclipse e Pajero não tinha intenção de integrar a nova empresa.

Entre muitos motivos, acordo entre Honda e Nissan não deu certo pela posição da Mitsubishi em querer se manter independente
O motivo? A Mitsubishi, cujas ações ainda têm 24% sob controle da aliança Renault-Nissan, quer trilhar um caminho mais independente no futuro. E o primeiro passo para isso pode ser justamente a próxima geração do SUV Outlander.
A geração atual — quarta do modelo — compartilha sua base com o Nissan X-Trail/Rogue, utilizando a plataforma CMF-CD da aliança e oferecendo sete lugares de série. No entanto, segundo fontes da indústria ouvidas pelo portal Automotive News, a próxima encarnação do SUV deve seguir um rumo diferente. Em vez de manter os laços com a aliança, a Mitsubishi pretende adotar uma plataforma própria.


Enquanto isso, Nissan flerta com… a Tesla?
Essa mudança de rumo ocorre em meio às incertezas que cercam o futuro da aliança Renault-Nissan. Após o fracasso das negociações com a Honda, a Nissan segue à caça de novos parceiros, já tendo sido sondada pela empresa de tecnologia Foxconn e até por Elon Musk, que não perde uma oportunidade de expandir seu império.
O grande atrativo? As fábricas da Nissan nos EUA, que poderiam ajudar a Tesla a ampliar sua produção local e driblar as novas tarifas de importação impostas por Donald Trump. A partir de 2 de abril de 2025, veículos fabricados no exterior sofrerão sobretaxas, tornando a produção doméstica ainda mais estratégica.

Foto de: InsideEVs Brasil
Elon Musk estaria interessado nas fábricas da Nissan para driblar ”tarifaço” de Trump”
Enquanto nada se define, a Nissan tenta arrumar a casa e cortar custos. A primeira medida será o corte de 6.500 empregos nas fábricas de automóveis e motores. Na fase inicial, 5.300 funcionários serão demitidos até o fim do ano fiscal (entre 1º de abril de 2025 e 31 de março de 2026), com outras 1.200 demissões previstas para o ano fiscal seguinte (1º de abril de 2026 a 31 de março de 2027).
Além disso, a Nissan já havia anunciado em novembro de 2024 que reduziria sua força de trabalho em 9.000 funcionários. As 2.500 demissões restantes ocorrerão por meio de um programa de desligamento voluntário e eliminação de cargos. A japonesa também vendeu parte de sua participação na Mitsubishi. Em novembro, a Mitsubishi comprou de volta cerca de 10% das ações da aliança.

Foto de: Placa Verde
Por aqui, Outlander PHEV chega em breve
Especulado há alguns meses, a geração atual do Outlander PHEV deve ser o próximo lançamento da marca no nosso país. A chegada do SUV eletrificado não é exatamente uma surpresa, já que durante passagem pelo Motor1.com Podcast, o CEO da HPE Automotores, Mauro Correia, já havia confirmado a chegada de um modelo híbrido do tipo plug-in para nosso mercado.
Na linha 2025, o Outlander PHEV recebeu novidades pontuais no exterior, enquanto a motorização formado pelo motor 2.4 a gasolina de 134 cv e 20,6 kgfm de torque com dois propulsores elétricos (um na frente com 114 cv e 26 kgfm, e outro no eixo traseiro com 134 cv e 19,9 kgfm) ganhou atualizações na parte de baterias, passando de 20 kWh do modelo anterior para 22,7 kWh.
Segundo a Mitsubishi, com essa mudança o SUV passou a percorrer 86 km apenas no elétrico. Outras mudanças incluem tanque de combustível maior (agora com 53 litros) e que permite ao Outlander PHEV percorrer 844 km pelo ciclo WLTP.
A marca destaca ainda que diferentes modos de direção são oferecidos para operar o sistema híbrido plug-in. Além do modo somente EV, há o modo híbrido em série que gera eletricidade quando necessário e um modo híbrido paralelo que faz os motores a gasolina e elétrico trabalharem em conjunto. Já no modo Save, o nível de carga da bateria é preservado e no modo Charge a bateria é recarregada com o veículo em movimento.
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