A África do Sul assumiu a presidência do G20, sucedendo o Brasil. Esse marco é significativo não apenas para a história do país, mas também para todo o continente africano, que sediará pela primeira vez a cúpula do grupo.
Anteriormente, representantes sul-africanos destacaram em várias plataformas internacionais as prioridades e interesses que a África do Sul pretende viabilizar no G20.
Durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro entre 18 e 19 de novembro, o chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, apresentou o lema de sua presidência: “Promover solidariedade, igualdade e desenvolvimento sustentável”. Ele destacou como principal objetivo do trabalho conjunto a fomentação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas até 2030.
No site oficial da presidência, foi anunciado que, em 2025, Pretória dará ênfase ao combate às desigualdades sociais e econômicas, à garantia da segurança alimentar global, e ao desenvolvimento da inteligência artificial e de inovações para incentivar o crescimento econômico sustentável.
Segundo Ramaphosa, a África do Sul planeja utilizar o G20 como uma plataforma para promover os interesses do Sul Global.
“Pela primeira vez na história, um país africano assume a presidência do G20. Vamos aproveitar esta oportunidade para garantir que as prioridades de desenvolvimento do continente africano e do Sul Global estejam bem representadas na agenda do G20”, disse Cyril Ramaphosa.
O porta-voz da presidência da África do Sul, Vincent Magwenya, citado pela mídia, destacou que a prioridade estratégica da presidência será a construção de uma ordem internacional mais equilibrada, representativa e flexível, em conformidade com os princípios e os valores das Nações Unidas.
Um instrumento prático para reformar o sistema global de governança pode ser a reforma do próprio G20, segundo Masotsha Mnguni, representante do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul e responsável pelas relações internacionais no âmbito do G20.
“A África do Sul pretende incluir na agenda do grupo a adoção de uma nova fórmula para a eleição da presidência do G20. É necessário estabelecer um equilíbrio entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, representando o Sul Global”, declarou o representante em uma coletiva conjunta com o Ministério das Finanças da África do Sul.
Em um comentário exclusivo à TV BRICS, Daria Zelenova, diretoria do Centro de Estratégia Africana do BRICS do Instituto de Estudos Africanos da Academia Russa de Ciências, destacou que a política sul-africana no G20 será coordenada com a posição da União Africana. Segundo ela, a integração da União Africana nas atividades do grupo permitirá aos países africanos alterar a estrutura de governança global.
“A presidência da África do Sul no G20 estará, em grande medida, voltada para o apoio ao desenvolvimento do continente africano e será alinhada à agenda promovida pela União Africana. É provável que a África do Sul esteja interessada em avançar a Agenda 2063 da União Africana. Entre as prioridades sul-africanas no G20 estarão a economia digital e novas tecnologias no setor agrícola”, afirmou a especialista.
Ela também observou que a África do Sul continuará desenvolvendo grupos de trabalho criados durante a presidência do Brasil, focados no combate à pobreza e às mudanças climáticas.
O G20 é uma plataforma internacional para discutir e encontrar soluções para problemas socioeconômicos globais. O grupo é composto pelos países com as maiores economias do mundo, representando todos os continentes. Desde 2008, cúpulas do G20 são realizadas regularmente, e o país que assume a presidência muda anualmente em um sistema rotativo.
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