Política migratória de Trump vira crise diplomática na América Latina


A política de Donald Trump contra imigrantes nos Estados Unidos intensificou-se no último fim de semana, impactando as relações com países da América Latina.

No sábado (25/1), brasileiros deportados pelo governo Trump foram algemados e amarrados ao desembarcarem no Brasil. As cenas repercutiram internacionalmente e os presidentes do México e da Colômbia se negaram a receber aviões com passageiros na mesma condição.

Como retaliação, Trump impôs sanções econômicas à Colômbia. Além disso, autorizou uma operação para deter imigrantes na cidade de Chicago. O perfil oficial da Casa Branca nas redes sociais ainda listou casos de imigrantes latinos retidos com antecedentes criminais, sugerindo uma associação entre imigração e criminalidade.

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Deportados brasileiros dos Estados Unidos usando corrente e algemas

Reprodução/Vídeo

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Eles foram enviados para BH em avião da FAB

Andre Santos/ Parceiro Metrópoles

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Deportados em avião da FAB, rumo a Belo Horizonte

FAB

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Deportado mostra marca de agressões por parte de policiais americanos

Andre Santos/ Parceiro Metrópoles

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Homem mostra hematoma nas costas

Andre Santos/ Parceiro Metrópoles

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Deportados dos EUA subiram em asa de avião para pedir ajuda

Reprodução

A escalada chegou ao ponto da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) chamar uma reunião de última hora para o próximo dia 30 de janeiro. A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que é a presidente pro tempore da Celac anunciou a reunião em suas redes sociais.

Entre os tópicos que serão discutidos na reunião extraordinária com presidentes estão migração, meio ambiente e unidade latino-americano e caribenha.

Impacto no Brasil

Ainda não está clara a proporção do reflexo desta crise no Brasil. O governo brasileiro desautorizou as algemas e correntes nos deportados brasileiros. O Ministério dos Direitos Humanos prepara um relatório sobre as denúncias de agressões contra brasileiros dentro do avião militar americano.

No caso da Colômbia, o respingo foi imediato. O presidente colombiano Gustavo Petro não aceitou receber aviões militares com deportados, exigindo um transporte digno. Trump então suspende a emissão de vistos e determinou uma taxação de 25% de produtos da Colômbia.

Em resposta, Petro falou que vai taxar os produtos americanos em 50%. Ele escreveu um longo comunicado criticando o autoritarismo do governo americano e exaltando a América Latina. “Derrumbe-me e as Américas responderão”, escreveu no texto em que fala de resistência contra Trump.

No meio dessa confusão, o perfil oficial da Casa Branca no X publicou várias fotos de imigrantes latinos que cometeram crimes. A publicação passa a ideia de que imigrantes são criminosos e que o trabalho da agência de controle de fronteiras é proteger as comunidades estadunidenses de “estupradores de crianças a suspeitos de terrorismo do ISIS”.

Ao mesmo tempo em que fortalece a deportação de imigrantes, o governo Trump tentou acabar com a cidadania americana por nascer dentro do país. Ele ainda quer retomar a ideia de cidadania por laço consanguíneo, como era antes da abolição da escravatura nos Estados Unidos.

Dessa maneira, Trump assinou um decreto proibindo o direito à cidadania a filhos de imigrantes nascidos nos Estados Unidos. O decreto foi suspenso pelo judiciário e está sendo questionado juridicamente, mas o atual presidente dos EUA quer mantê-lo.



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jornalismodigitaldf.com.br

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