Por: Poliane Ketlen
Na última terça-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a inclusão de cortes específicos de carne na cesta básica, focando em opções mais consumidas pelas populações de baixa renda. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador (BA).
Lula enfatizou que é favorável à ideia de incluir carnes na cesta básica e já discutiu o tema com importantes figuras do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Segundo o presidente, a intenção é ajustar a lista de produtos que compõem a cesta básica, com o objetivo de reduzir ou até eliminar impostos sobre esses itens.
A revisão da cesta básica faz parte da regulamentação da reforma tributária, aprovada em 2023 pelo Congresso Nacional. No debate sobre a nova cesta, o governo e parlamentares discutirão a inclusão de carnes como frango e carne bovina. Lula destacou a necessidade de diferenciar os tipos de carne que seriam isentos de impostos: “Você tem vários tipos de carne. Tem carne chique, de primeiríssima qualidade, que o consumidor pode pagar um imposto. Mas você tem outro tipo de carne, que é a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto. Frango faz parte do dia a dia do povo brasileiro, ovo faz parte do dia a dia. Uma carne, sabe, um músculo, um acém, coxão mole, tudo isso pode ser evitado”, argumentou.
O presidente defendeu a isenção de impostos para carnes mais populares, destacando que itens de consumo diário como frango e ovo devem ter tratamento tributário diferenciado. Ele argumenta que produtos importados e de alta qualidade podem ser taxados, enquanto os cortes mais comuns e acessíveis, como músculo e acém, devem ser livres de impostos para facilitar o acesso das famílias mais pobres.
Apesar de sua defesa, Lula admitiu que a proposta ainda precisará passar pelo crivo do Congresso e que não há garantias de aprovação: “A proposta do governo não é irrevogável, ela pode mudar”, afirmou. Para Lula, a questão está na sensibilidade dos responsáveis pela política tributária, que devem considerar, no mínimo, a isenção para tipos específicos de carne.
A inclusão de carnes na cesta básica faz parte de um esforço maior para tornar os alimentos mais acessíveis à população, especialmente em um contexto de alta nos preços dos alimentos. Com a reforma tributária em curso, o governo busca maneiras de aliviar a carga tributária sobre itens essenciais, promovendo, assim, uma melhor distribuição de renda e mais equidade social.