Lobista de emendas repassou dinheiro a pessoa com foro, diz Coaf


Apontado como lobista de emendas em dois ministérios do governo federal, Gustavo Mascarenhas Sobral fez transações suspeitas em 2022 com uma pessoa com foro privilegiado, segundo investigação da Polícia Federal (PF).

Sobral foi alvo da 3ª fase da Overclean, deflagrada na última quinta-feira (3/4). Ele é apontado por pessoas envolvidas na apuração como lobista que intermediava a liberação de emendas nos ministérios da Integração e Desenvolvimento Regional e no da Agricultura.

A informação sobre a transação suspeita consta em Relatório de Inteligência Financeira do Conselho de Atividades Financeira (Coaf) entregue à PF no âmbito da operação que investiga desvios milionário em obras custeadas com emendas parlamentares.

“Destaca, ainda, a Polícia Federal que, no RIF 119832.2.8526.10767, há o registro, entre diversas transações suspeitas, de uma movimentação financeira em 2022 de Gabriel Mascarenhas para uma pessoa com prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justia ou Supremo Tribunal Federal”, diz trecho da decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a 3ª fase da Overclean.

O Coaf, segundo a PF, também “considerou suspeito” o volume de movimentações financeiras, dado o “perfil socioeconômico declarado e os recebimentos de depósitos de forma fracionada” de Gabriel Sobral.

Segundo a investigação, Sobral era “peça chave” na organização criminosa investigada por que operacionalizava a liberação de emendas com objetivo de favorecer as empresas de Alex Parente, entre elas a Allpha Pavimentações.

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Conhecido como Rei do Lixo, o empresário José Marcos de Moura foi preso e solto na operação Overclean. Ele integra a cúpula nacional do União Brasil.

“Atua na liberação indevida de emenda parlamentares e na celebração fraudulenta de convênios com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)”, diz trecho da decisão sobre Sobral.

As empresas de Alex e do seu irmão, Fabio Parente, têm contratos milionários bancados com emendas parlamentares. Ambos são investigados na operação, junto com José Marcos de Moura, conhecido como o Rei do Lixo na Bahia e que também foi alvo da operação nesta semana.

Como mostrou a coluna, Marcos Moura fez R$ 80 milhões em transações suspeitas, segundo o Coaf. Uma delas, no valor de R$ 435 mil, com uma pessoa com foro privilegiado. 

O ministro cita ainda na decisão informação da PF de que possíveis contratos de responsabilidade de Gabriel Mascarenhas  Sobral em cidades do interior paulista. Os contratos, no valor total de R$ 11 milhões, constam em planilhas apreendidas com Alex Parente e Lucas Lobão, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia.

A planilha foi encontrada em 3 de dezembro, quando a PF fez buscas em um avião em que estavam Alex e Lucas. O mtarial, diz a PF, é a “contabilidade clandestina” da organização criminosa alvo da operação.

Overclean

A investigação teve início para apurar desvios em um contrato do DNOCS, mas expandiu seu foco após quebras de sigilo telemático e gravações ambientais que mostraram a atuação de um grupo de empresas em contratos milionários firmados com o governo federal e administrações estaduais e municipais.

Apesar de estar nas ruas há pouco tempo, a Overclean tem causado tensão entre políticos dado seu potencial em atingir padrinhos de emendas parlamentares que bancaram contratos milionários sob suspeita.

Como mostrou a coluna, uma citação ao deputado Elmar Nascimento (União Brasil) fez com que o caso subisse da 1ª instância da Justiça Federal para o STF. A investigação aponta para a relação de pelo menos cinco integrantes da cúpula nacional do União Brasil com o caso.

Ao lado do Rei do Lixo, os irmãos Alex e Fábio Parente são apontados como líderes do grupo investigado e foram alvos na primeira fase da operação, em dezembro de 2024.

Parente é sócio ao lado do irmão de empresas investigadas, entre elas, a Allpha Pavimentações. A PF encontrou R$ 50 mil em dinheiro com ele durante a busca realizada na quinta-feira (3/4).

Como mostrou a coluna, a Allpha, via DNOCS, já recebeu R$ 67 milhões do governo federal, do total de cerca de R$ 130 milhões em contratos assinados entre 2021 e 2024.



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