São Paulo — O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) vai acionar a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo para apurar o caso de um jovem jogado do alto de uma ponte por um policial militar (PM) nessa segunda-feira (2/12), na Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo (vídeo abaixo). “A medida pretende que sejam determinadas a designação de delegado especial, bem como a Corregedoria da Polícia Militar, para a adoção das medidas cabíveis”, diz nota divulgada nesta quarta-feira (4/12) pela pasta federal.
O ministério ainda afirmou repudiar qualquer ação de agentes do Estado que extrapolem suas atuações enquanto servidores públicos a serviço de todos os cidadãos e cidadãs brasileiras. “Causa mais indignação aos defensores de direitos humanos que este não é um episódio isolado, e que somente a gravação do vídeo possibilitou o conhecimento público desta truculência policial”, relata o texto.
Em imagens gravadas por uma testemunha, é possível ver três agentes da PM em uma ponte. Um deles levanta uma moto do chão e a encosta na mureta. Um quarto policial aparece segurando pelas costas um homem vestido com camiseta azul. Em questão de segundos, o militar levanta o homem pelas pernas e o joga do alto da ponte, sob a qual passa um córrego.
Assista:
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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) determinou nessa terça-feira (3/12) o afastamento imediato de 13 policiais militares envolvidos no caso. “A instituição repudia veementemente a conduta ilegal e instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar todos os agentes”, afirmou nota assinada pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
O policial militar que aparece no vídeo é o soldado de primeira classe Luan Felipe Alves Pereira, de acordo com as primeiras informações coletadas pela investigação da Corregedoria da corporação.
Pereira prestou depoimento na tarde dessa terça. Outros policiais militares devem ser ouvidos nos próximos dias. Os agentes usavam câmeras corporais no momento da ocorrência, o que deve ajudar a equipe de investigação a entender a dinâmica dos fatos.
Questionada pelo Metrópoles, a defesa de Luan Felipe Pereira disse estar ciente da acusação de que ele foi o responsável por atirar o suspeito da ponte na madrugada de segunda-feira, mas que, a pedido do próprio policial, não vai se manifestar.
A SSP foi procurada para comentar a nota do MDHC e não retornou. O espaço segue aberto para atualizações.