É apropriado que a Harley-Davidson tenha realizado uma exibição secreta de sua CVO Road Glide RR 2025 em Austin, Texas. A nova moto inspirada pelas competições – sim, uma estradeira de corria -, foi revelada próxima ao o Circuit of the Americas. O modelo de produção vem na esteira do sucesso da fabricante na King of Baggers, competição nos EUA dedicada apenas às motos custom.
Bem, a Harley-Davidson não está entregando uma moto totalmente de corrida para os clientes, ams está dando algo que é 90% da moto de corrida, o maior motor da história da fabricante e um dos preços mais altos de uma motocicleta que já vimos de um grande fabricante nos últimos tempos.
A CVO Road Glide RR traz o motor Screamin’ Eagle de 131 polegadas cúbicas (2.146 cm³). Todo esse deslocamento resulta em 155 cavalos de potência e 21,4 kgfm. Tudo isso significa que esse é o motor Harley-Davidson mais potente já oferecido de fábrica.
O resultado é alcançado com peças já existentes no catálogo de acessórios que a Harley oferece a seus clientes, peças sob medida projetadas, concebidas e fabricadas pela equipe da King of the Baggers e alguns ajustes personalizados de todo o pacote. Há novos eixos de comando de válvulas, um cabeçote resfriado a líquido, câmaras de combustão e portas totalmente usinadas, uma admissão inspirada em corrida e um corpo de acelerador de 68 mm com um coletor de admissão de alumínio correspondente, quase tudo em alumínio maciço e um pinhão menor para melhor aceleração.

Foto a: Harley-Davidson

Foto a: Harley-Davidson

Foto a: Harley-Davidson
Até mesmo o limite de rotações foi alterado para oferecer mais desempenho, com a CVO Road Glide RR podendo respirar até 6.500 rpm. Isso pode não parecer muito, mas é muito para uma Harley-Davidson. Há também um escapamento Akrapovic totalmente em titânio.
A potência e torque são enviados por meio de uma novíssima transmissão Screamin’ Eagle Racing King de 6 velocidades que foi literalmente retirada das motocicletas da equipe de corrida. E há também a suspensão.

Foto a: Harley-Davidson
São peças da Öhlins na traseira e na dianteira, sendo que ambos são totalmente ajustáveis. De acordo com a marca, a suspensão dianteira é composta por garfos Ohlins FGR 253 Hypersport Superbike de 43 mm de diâmetro, que a marca construiu em conjunto com a empresa de suspensão, e segue até as pinças Brembo GP4-RX de 2 peças e 4 pistões.
Todos os parafusos da motocicleta também são feitos em CNC. Todo o resto, aparentemente, é de fibra de carbono. Graças à leveza da Harley, tanto em suas peças de fibra de carbono quanto em alumínio de tarugo, a CVO Road Glide RR é 22,6 kg mais leve em comparação com a CVO Road Glide normal.

Foto a: Harley-Davidson
A única diferença real entre essa motocicleta e as motos de corrida King of the Baggers é que ela ainda tem pedaleiras semiavançadas, luzes e escapamento legalizados para estradas e um sistema de som da Rockford Fosgate. Ela também é um pouco mais baixa do que a moto de corrida, embora ainda seja cinco centímetros mais alta do que a CVO Road Glide padrão, e tem um ângulo de inclinação de 36 graus para a direita e 35 graus para a esquerda.
Há um milhão de outras pequenas coisas, como seis modos de pilotagem diferentes e uma série de recursos de segurança.

Foto a: Harley-Davidson
A Harley-Davidson vai pedir US$ 110.000 (R$ 632,4 mil) pela 2025 CVO Road Glide RR, o que a torna uma das Harleys mais caras já concebidas. Ela também será extremamente limitada, com apenas 131 exemplares oferecidas exclusivamente nos EUA. Os primeiros a chegar serão as concessionárias com melhor desempenho.
Mas a Harley-Davidson está em uma encruzilhada. Sua base tradicional de clientes está, digamos, morrendo. Mas a competição King of the Baggers trouxe sangue novo. É uma corrida imperdível. E revigorou o entusiasmo pela vida da marca como não se via há décadas. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas esse tipo de motocicleta é exatamente o tipo de “Não vamos continuar fazendo o mesmo de sempre” que a marca precisa para capturar a imaginação das pessoas e levá-las de volta às concessionárias.
Será a solução definitiva para todos os problemas? Não. Mas é um grande passo na direção certa.