São Paulo — Quatorze anos depois de lançar a música Não Existe Amor em SP, que virou um hino sobre a vida na capital paulista, o cantor Criolo aceitou o convite do Metrópoles para participar da reportagem sobre o aniversário de 471 anos de São Paulo e refletir sobre o amor na maior cidade do país.
Afinal, será que o autor de uma das canções mais famosas sobre a capital paulista acredita que há amor em algum canto da metrópole? A resposta pode surpreender alguns.
“Existe muito amor na cidade, sim, sempre existiu e sempre vai existir, porque eu acredito que a cidade não existiria sem as pessoas”, diz Criolo.
Nascido e criado em São Paulo, o rapper do Grajaú, na zona sul, diz que é apaixonado pela cidade, e afirma que o que salva a capital paulista são as pessoas que vivem nela.
“Minha relação com São Paulo é de amor total, pleno. Aqui é incrível. E aí é muito interessante, porque eu vou sempre trazer uma parte afetiva. Alguns vão trazer cartão-postal [para falar sobre relação com a cidade], e tá tudo bem. Mas, assim, [eu falo:] “São Paulo é incrível”. Aí, junto a isso, vem: ‘São Paulo é incrível. Aqui eu tenho amigos, aqui eu tenho história, eu tenho memória’”.
Dignidade para os moradores
Para ele, no entanto, a cidade provoca o “desamor” ao não oferecer dignidade para quem vive aqui.
“A gente pode ficar falando de tanta coisa linda, incrível, de tantos avanços tecnológicos na área da saúde, na área de mobilidade, de segurança, mas se não é para todos, qual a razão disso? Então, uma cidade do tamanho de São Paulo ou uma cidade do tamanho de um quarteirão, se não é pensado para todo mundo, esse desamor vai acontecer.”
Na entrevista ao Metrópoles, o cantor criticou a forma como a cidade é administrada, falou sobre como São Paulo pode retribuir o amor das pessoas por ela, e opinou sobre por que acredita que a população não desiste de lutar pela capital paulista, apesar de todos os problemas e desigualdades: “Não são elas que estão criando esse desamor”.
Ele também falou sobre como seus pais podem ter influenciado seu olhar sobre a cidade e sobre os muros invisíveis construídos em São Paulo.
No fim da conversa, Criolo ainda deixou uma poesia sobre o amor na cidade. Confira a entrevista:
Para você, existe amor aqui em São Paulo, apesar da canção que é um hino da nossa cidade? E onde que você encontra o amor em São Paulo, se você acha que ele existe, claro?
São Paulo é incrível. São Paulo é um recorte pro mundo de um Brasil, de um tipo de Brasil. Não representa o Brasil em sua totalidade, porque seria impossível, mas tem um tanto de cada cantinho do Brasil, por ser esse polo, esse ponto de encontro de sonhos. Um ponto de encontro de uma ideia que foi construída e que se depara com a realidade dos anos 50, depois dos anos 2000 e agora 2025. Essa ideia se renova, às vezes um tanto mais positiva, às vezes não, e esse ponto de encontro do sonho também se debruça nessas realidades.
É a música, né? São Paulo que amanhece trabalhando, São Paulo que não sabe adormecer, né? Então é um lugar ainda que povoa a curiosidade de muita gente. Poxa, como seria se eu estivesse em São Paulo? Do mesmo jeito que tem gente que fala, como seria se eu não estivesse em São Paulo? As pessoas sentem falta de uma calmaria, as pessoas sentem falta de ter mais tempo para elas, as pessoas sentem falta de contemplar o silêncio, de ouvir o barulho da natureza.
Então são muitos os pontos de vista, mas São Paulo é um lugar de gente muito especial, gente muito maravilhosa, nosso povo é incrível, nosso povo é maravilhoso. Então existe muito amor na cidade, sim, sempre existiu e sempre vai existir, porque eu acredito que a cidade não existiria sem as pessoas.
E eu nem vou falar cidadão, porque cidadão, dependendo da nomenclatura que você for estudar, o que quer dizer essa nomenclatura é alguma pessoa que tem CPF, que já implica em uma série de outras questões. Então, um morador de rua, uma pessoa que veio de uma outra situação, que não tem seus documentos, não é cidadão? É cidadão? Pertence à cidade? Ou a cidade também é essa pessoa?
A gente pode brincar com as palavras, o estado em que a pessoa se encontra. Ela se encontra no estado de São Paulo, mas em que estado ela está? Isso também é reflexo do que a cidade também faz com a gente. […] Então, o que é o ambiente da cidade para construir ou desconstruir dignidade? O salário ser menor ou maior que o outro? Uma série de questões pode fazer com que isso aconteça. A gente pode ficar falando aqui também sobre pontos de partida. Mas o que desconstrói dignidade?
Da pessoa que mora na cidade, a cidade é responsável por essa construção de dignidade. Eu acho que isso é interessante, eu acho que é um desamor, é um desamor metódico, porque passa por crueldade. Quando o interesse passa por cima de assuntos que uma família de determinado bairro, com determinada história, não tem direito à dignidade, aí é um desamor profundo. Então, são essas questões que a cidade está sempre oferecendo, essa reflexão para a gente. Sobretudo para quem está longe disso, pode refletir. E quem está inserido apenas vive a sua realidade dentro da sua cidade. Porque tem uma cidade para cada um.
O amor, então, está muito para você nas pessoas, nessa relação das pessoas. E o desamor está muito nessa falta?
Nessa crueldade de como essa cidade é administrada. Porque o hospital tinha que ser igual para todo mundo. Não existe um ser humano menor, pior, de segunda classe. O hospital tem que ser igual para todo mundo. A escola tem que ser igual para todo mundo. A melhor escola do país tem que ser o modelo e tem que ser a melhor escola para todo o país. Então, o melhor ambiente para você se preparar, para você se reciclar, para você ser um… Eu até acho que se reciclar é muito ruim essa palavra, a gente tem que tomar muito cuidado com ela, porque parece que a gente não presta mais e vai virar um subproduto de nós mesmos. Então, a gente pode até pensar nessa palavra, deixar ela descansar um pouco e falar o que tem para as pessoas terem a continuidade dos seus estudos, terem a continuidade das suas… Terem as suas habilidades elevadas ao extremo. A nação ganha com isso. […]
Então, a cidade é incrível. A gente pode ficar falando de tanta coisa linda, incrível, de tantos avanços tecnológicos na área da saúde, na área de mobilidade, de segurança, mas se não é para todos, qual a razão disso? Então, uma cidade do tamanho de São Paulo ou uma cidade do tamanho de um quarteirão, se não é pensado para todo mundo, esse desamor vai acontecer.
Quando você enxerga que o professor de escola pública não é apreciado pelo Estado, o salário dele não é bom, o ambiente de trabalho é uma luta, porque o espaço físico da escola só está de pé por conta dos componentes que habitam aquele espaço físico. São as merendeiras, merendeiros, professores, professoras, coordenadores pedagógicos, supervisores pedagógicos, toda a direção, toda a equipe da limpeza, porque sem limpeza nenhum lugar existe. São essas pessoas que mantêm de pé uma escola para além de se a pintura é nova ou não. E como está esse ambiente desses componentes da sociedade que são tão importantes? São pontos básicos.
Como é esse ir e vir para o trabalho? Como é esse transporte público? A qualidade, a dignidade, você se sente seguro no seu transporte público? E aí a questão, como estão sendo tratados os profissionais que trabalham no translado dos cidadãos? Esse motorista de ônibus, ele tem um salário digno? O cobrador de ônibus tem um salário digno? Essas pessoas conseguem ter o seu momento de descanso? Essas pessoas também se sentem seguras ou não em seu trajeto? Tudo isso é a cidade de São Paulo.
Assim como ir no Parque de Ibirapuera é um sonho de muitas famílias. Muitas famílias vão uma vez ou duas vezes no ano ao Parque de Ibirapuera. Ah, o Parque de Ibirapuera é uma coisa incrível. Eu amo o parque. Ele é democrático, os portões estão abertos. Mas eles estão abertos para quem consegue chegar. E aí você pode falar, mas isso aqui não é um problema do parque, mas eu também não estou apontando o dedo. A gente está falando do todo.
Eu não consigo falar para a pessoa: ‘Você não vai no parque porque você não quer’. Não é bem assim. E muitas vezes você tem condição financeira de ir, porque quem é de quebrada trabalha, trabalha muito, e junto a sua grana, e procura fazer o melhor para a sua família. Mas a ideia de que aquilo não é para você é tão forte que você nem pensa em ir lá. E isso é ambiente da cidade, de como esses muros invisíveis vão se construindo e reconstruindo através do tempo. Tudo isso é a cidade de São Paulo.
Assim como é você no estádio de futebol do seu time preferido, e no momento do gol, as pessoas se abraçam e explodem em energia. Você está com a sua família na feira do seu bairro e manter a cultura de quem puder, naquela semana, se sobrou um dinheirinho, comer um pastel com seu filho, com seu neto, com a sua filha, com a sua avó. Isso tudo é a cidade de São Paulo. […]
Mas é pensar essa São Paulo impossível e essa São Paulo possível. Porque o grande lance é a gente estar em comunhão. A gente fica feliz, tem um dia feliz, tem um momento feliz. A cidade de São Paulo é muita pressão. A cidade de São Paulo é tudo mega.
As conquistas positivas são mega. As dores, aquilo que nos magoa, os nossos medos também é mega. Todas as questões aqui levantadas, nós vamos falar em excelência do quanto esse nosso povo é incrível, maravilhoso E das suas dores. A questão com violência, a questão com mobilidade, a questão de moradia, a questão da saúde pública. Tudo é mega.
E é aquilo que eu te falo, o que salva a cidade de São Paulo são as pessoas que habitam a cidade de São Paulo. São as pessoas que fazem com que a gente se apaixone. Esse território tão plural e tão cheio de tantas histórias.
Por que você acha que as pessoas continuam acreditando em São Paulo? Por que as pessoas continuam amando São Paulo apesar de tudo isso que a gente tem conversado aqui?
Porque a grande maioria das pessoas é isso que você descreve, elas estão na luta, elas estão querendo um dia melhor para elas, para a família delas. Quando você quer cuidar da sua família, você está cuidando de toda a cidade. Porque não são elas que estão criando esse desamor. Só que o poder também não está na mão. Essas pessoas estão ali porque é bom demais fazer coisa boa. Porque é bom demais. E você vai encontrando pessoas no caminho que vão fortalecendo as suas ideias.
As pessoas que habitam o Brasil são pessoas diferentes de qualquer planeta, de qualquer lugar do mundo, de qualquer lugar do planeta. O brasileiro é diferente. O nosso povo é lindo. É incrível, é emocionante. O nosso povo traz a solução. O nosso povo, até por ancestralidade, tem essa tecnologia que é diferente de todas as outras. A nossa ancestralidade, aquilo que os livros esconderam da gente, o nosso povo traz toda a tecnologia, traz uma literatura outra. Então está na gente. Está na gente. É nosso. O nosso povo é o progresso na forma mais pura. O nosso povo é o futuro. E tudo que está estabelecido na cidade é antigo, para tentar ser o mais doce possível.
O quanto seus pais influenciaram nessa sua relação com a cidade de São Paulo?
O que eu converso aqui com você é um olhar meu. É só mais um olhar dentre tantos. Mas, por exemplo, a minha mãe é uma pessoa que sempre foi muito ligada à arte, à palavra. Sempre foi uma pessoa muito de valorizar o ser humano. Então, você cresce vendo a cidade pelos olhos, em primeiro momento, pelos olhos dos seus pais. As opiniões, os caminhos, aonde ir, aonde não ir. A gente é uma extensão dos pais, até a gente ter determinada idade ou atitude de buscar outras cidades, buscar o seu caminhar na cidade.
Então, acho que ter essa questão social, esse olhar mais humano da minha mãe fez total diferença. Total diferença de que São Paulo eu estou enxergando. Qual São Paulo eu me relaciono. E o meu pai sempre gostou de jogar bola na várzea. Ele foi metalúrgico a vida toda. E essa era a outra São Paulo. A São Paulo de que tinha essa outra conversa. A importância de trabalhar numa metalúrgica, a importância de tentar encaminhar os filhos para a firma. Tem que trabalhar numa firma, tem que ter uma profissão aqui que você se acople, se adeque ao que é essa São Paulo industrial dos anos 80 e 90.
Então, você tinha dois olhares muito interessantes e riquíssimos. Um não era nem menos e nem mais. Porque ambos compõem ali suas responsabilidades e seu olhar de futuro. Então, essa é a São Paulo que cresci sob os olhos do meu pai metalúrgico a vida toda e que gostava de jogar bola na várzea. E o que é o ambiente da várzea, o que é você encontrar seus amigos do bairro, e o que é aquele samba que está acontecendo, o que é uma confraternização de domingo que tem que acabar cedo, porque segunda-feira tem que acordar às quatro da manhã, você tem que ter responsabilidade. Na hora de bater o seu cartão, você não pode falhar. Tudo isso é ensinamento.
E a minha mãe ali. Quando deu 40 anos de idade, a gente foi estudar, estudou junto na mesma sala e uma outra São Paulo se apresentou a ela. Mas sempre essa pessoa muito ligada ao que dá pra fazer de interessante, o que dá pra fazer de legal, o que dá pra fazer de especial, pra ver as pessoas unidas, pra ver as pessoas sorrindo, para ver as pessoas bem. Então, esse é o olhar que me foi dado e isso, com certeza, é o impacto total.
Talvez eu tivesse esse olhar também, talvez demorasse mais um pouco, se eu não tivesse meus pais ali. Talvez eu pendesse muito mais para essa parte do meu pai de estar 100%… E eu tentei, hein? Eu fiz lá a prova do Senai umas três vezes, fiz de tudo para agradá-lo. Não era uma coisa que eu queria, mas fiz de tudo para agradá-lo e também por medo, né? Porque nós dividimos sonhos, esperanças, mas também dividimos medos.
Se o seu pai sofreu, passou fome, conseguiu se estabelecer com essa profissão, com esse lugar, com esse ambiente, é óbvio que ele vai querer dividir para o filho a única história que ele tem para contar. “Olha, eu consegui assim. Quer tentar assim? Porque só tem assim”. Porque para o nosso povo, e para ele em específico, só tem este caminho. E como furar essas bolhas? Como quebrar um pensamento que nos foi imposto no dia a dia? A gente não está falando de simulação, a gente não está emulando numa inteligência artificial, o que seria se eu tivesse tomado tal rumo.
[…] E eu segui outro caminho porque o rap se apresentou na minha vida também. E aí vai das necessidades da alma, e das coragens e dos medos, dos pesadelos e dos sonhos. Eu vi na escrita, na oralidade do rap, eu percebi que eu existia, que eu fazia parte de algo. e uma outra cidade, naquele momento, acabava de se revelar pra mim.
Como é a sua relação com São Paulo hoje? E como você acredita que São Paulo pode oferecer, retribuir esse amor que as pessoas dão pra cidade?
Minha relação com São Paulo é de amor total, pleno. Aqui é incrível. E aí é muito interessante, porque eu vou sempre trazer uma parte afetiva, né? Alguns vão trazer cartão postal, e tá tudo bem. Mas, assim, [eu falo:] “São Paulo é incrível”. Aí, junto a isso, vem: “São Paulo é incrível. Aqui eu tenho amigos, aqui eu tenho história, eu tenho memória”. A gente nunca tá falando sobre “tem avenida tal que é bonita, ou a ponte tal que é bonita”.
Embora eu tenha falado do parque, e eu sou completamente apaixonado pelo Parque de Ibirapuera, acho ele incrível – tinha que ter um na zona norte, zona sul, zona leste, zona oeste, litoral; tinha que ter uma coisa grandiosa dessa, bem cuidada, amada, para que as pessoas tenham o seu momento de descanso e de lazer na sua cidade -, a gente sempre vai trazer essa coisa afetiva.
Eu tenho amigos, história, enfim, muito aprendizado, sou apaixonado pela cidade. E eu acredito que a retribuição é, em algum momento, criar, de modo real, um ambiente de dignidade para todos, sem exceção. Que as pessoas tenham a sua dignidade garantida. Isso é um passo que muda tudo, muda tudo. E a gente pode fazer uma lista enorme de quais seriam esses passos, esses pontos.
Um grande indicador é do que mais a população tá sofrendo. O que mais falta pra população no seu dia-a-dia. E aí vai tá, você já tem uma resposta automática. Enfim, e aí vai muita coisa.
Essa alimentação nossa de cada dia. Se todo mundo tá bem alimentado, num espaço de um ano, três anos, cinco anos, sete anos, diminui o número de pessoas a precisar da rede pública. Se eu precisar da rede pública, que ela seja incrível, porque os profissionais da rede pública são incríveis. Mas as suas condições não. Pronto, é só pegar esses pontos. Se você for levar isso pra segurança, se você for levar isso para mobilidade, saúde, educação, resolveu, gente. Resolveu um tantão de coisa.
[…] Porque na cidade de São Paulo o dinheiro não é problema. Só têm corrupção onde tem dinheiro. Só se rouba de onde tem. Não tem como falar que São Paulo é uma cidade que está passando por questões financeiras difíceis. Você só rouba de onde tem.
Vamos falar a coisa mais utópica de todas. Eu não consigo nem mensurar, imaginar o que seriam 10 anos sem dinheiro desviado. Tem noção do que isso aqui se transformaria? E 10 anos é pouquinho, hein? Pra quem conta a história das caravelas, né? Já passou um tantão de tempo.
Acho que é isso, um pouco disso. É criar caminhos reais para preservar a dignidade das pessoas. Não só de São Paulo, mas de todo o país. Eu acho que é um passo que vai ser incrível. A gente vai pra Marte e não vai resolver esse negócio.
A canção Não Existe Amor em SP fala sobre essas coisas latentes em São Paulo. Trata sobre essa realidade. E você tem algum verso de amor por São Paulo? Que você gosta, que te vem à cabeça agora?
Eu acho que o verso de amor por São Paulo é a nossa existência, porque tudo foi feito para a gente não estar sorrindo. Tudo é construído de um jeito, a gente tá prestando serviço pra alguém. Então a nossa existência, o nosso sorriso, o nosso brilho, a nossa esperança, o nosso jeito de deixar um ambiente bom dentro de casa, fora de casa, no trabalho, eu acho que essa é uma poesia viva. É um verbo vivo que tá acontecendo, que é o que faz a gente acreditar, acreditar que pode ser melhor.
Eu acho que essa poesia se dá nessa pulsação de simplesmente querer ver as coisas melhorarem. E talvez ela seja silenciosa, não tá no outdoor, mas a melhor campanha de todas é estar perto de alguém que acredita junto com você. Não acreditar só, não se sentir só neste acreditar, talvez essa seja a maior poesia de todas.
A entrevista com o cantor Criolo integra a série comemorativa do aniversário de 471 anos de São Paulo. Confira todas s reportagens da edição especial: