Empresários usaram vaqueiro como laranja e fraudaram R$ 200 mi de ICMS


A Polícia Civil de Goiás deflagrou uma megaoperação para desarticular um esquema que teria movimentado cerca de R$ 200 milhões nos últimos dois anos com fraudes no recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), nesta terça-feira (26/8). A Operação Straw Man contou ainda com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a prisão de um dos investigados.

Segundo as investigações, foram cumpridos três mandados de prisão, além de seis de busca e apreensão, em Goiânia e Uruana (GO). Também houve o bloqueio de bens avaliados em R$ 17 milhões, entre imóveis de alto padrão, veículos de luxo e lanchas.

As apurações apontam apontam que o grupo criminoso falsificava documentos públicos e particulares para abrir empresas em nome de “laranjas”. O objetivo era se apropriar de recursos e fraudar o recolhimento do ICMS. Um dos investigados, identificado como trabalhador rural e vaqueiro, tinha diversas empresas registradas em seu nome. Apenas uma delas já causou prejuízo de R$ 17 milhões aos cofres públicos, valor que pode crescer com novas auditorias. Atualmente, o homem possui outras oito empresas ativas em seu nome.

Associação criminosa

Um atacadista de materiais de construção, cadastrado no Simples Nacional como empresa de pequeno porte, também está no centro do esquema. A empresa utilizava firmas de fachada para emitir notas fiscais frias e ocultar faturamentos de centenas de milhões de reais. Os suspeitos podem responder por associação criminosa, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

De acordo com a Polícia Civil e a Secretaria da Economia, esta operação integra uma série de investigações que miram empresas de fachada abertas em nome de laranjas, conhecidas como “noteiras”. Tais companhias fictícias são usadas para sustentar esquemas de sonegação que desviam milhões dos cofres públicos, além de gerar concorrência desleal no mercado.

Notas frias

O esquema também envolvia um atacadista de materiais de construção, inscrito no Simples Nacional como pequena empresa. Na prática, o grupo usava empresas de fachada para emitir notas fiscais frias e ocultar faturamento de centenas de milhões de reais.

Entre os bens bloqueados estão:

  • Imóveis de alto padrão
  • Veículos de luxo
  • Lanchas

Os investigados podem responder por:

  • Associação criminosa
  • Falsidade ideológica
  • Sonegação fiscal
  • Lavagem de dinheiro

“Noteiras”

Segundo a Secretaria da Economia, essa operação integra um trabalho conjunto da Polícia Civil, Ministério Público e Receita Estadual para desarticular as chamadas “noteiras” – empresas fantasmas usadas por organizações criminosas para emitir notas frias e criar concorrência desleal no mercado.



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