Covid: distúrbios do cérebro e intestino aumentaram após a pandemia

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Uma nova pesquisa internacional revela o aumento significativo nos distúrbios da interação intestino-cérebro, como a síndrome do intestino irritável e a dispepsia funcional, após a pandemia de Covid-19. Os resultados, publicados nesta quarta-feira (30/7) na revista Clinical Gastroenterology and Hepatology, destacam uma nova crise de saúde, especialmente entre aqueles que sofrem de Covid longa.

Para fazer um estudo mais abrangente, os pesquisadores compararam dados de 2017 e 2023. Trata-se do primeiro estudo a comparar diretamente as taxas de prevalência desses distúrbios em nível populacional antes e depois da pandemia, utilizando uma metodologia consistente.

Utilizando ferramentas de diagnóstico da Fundação Rome, os pesquisadores analisaram amostras representativas nacionais e descobriram que a prevalência geral dos distúrbios da interação intestino-cérebro (DGBI, na sigla em inglês) aumentou de 38,3% para 42,6%.

Especificamente, a síndrome do intestino irritável (SII) teve um salto de 28%, passando de 4,7% para 6% da população estudada. A dispepsia funcional, caracterizada por dor e desconforto na parte superior do abdômen, registrou aumento ainda mais expressivo, de quase 44%, subindo de 8,3% para 11,9%.

Um dos achados mais preocupantes do estudo é a vulnerabilidade acentuada de indivíduos com Covid longa. Pacientes que sofrem com os efeitos prolongados da infecção pelo coronavírus apresentaram uma probabilidade significativamente maior de desenvolver um DGBI. Além disso, este grupo relatou piores índices de ansiedade, depressão e qualidade de vida.

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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

Metrópoles

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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma “segunda onda” dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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O estudo também identificou fatores de risco associados à maior probabilidade de desenvolver DGBIs na era pós-pandemia. Entre eles estão o número de infecções por Covid-19, ter apresentado dor abdominal ou diarreia durante a infecção aguda, sofrer de Covid longa e não ter sido vacinado.

Essas descobertas ressaltam a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre o eixo intestino-cérebro e a revisão dos modelos de atendimento de saúde no mundo pós-Covid. O aumento substancial dessas condições crônicas, que afetam a qualidade de vida de milhões de pessoas, representa um novo desafio para os sistemas de saúde globais.

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