Visibilidade e interatividade são palavras-chaves quando o assunto é marketing digital. Afinal, quem vai aceitar um produto que não conversa com o público, não entende o gosto de cada consumidor nem os aceita como os protagonistas do engajamento da marca?
O marketing não é um jogo de mágica nem um conjunto de movimentos aleatórios, mas uma estratégia pensada para criar conexão. E é por isso que a compra de seguidores no Instagram representa um problema tão grave.
A questão vai muito além de uma prática que simplesmente ou funciona ou não. Esse método de atrair a confiança do consumidor toma um caminho contrário e causa um impacto consideravelmente negativo no mercado, nos influenciadores e, em especial, nas marcas.
Para começar, é preciso ser franco: comprar seguidores parece um atalho. A sensação da conta cheia de números bonitos e curtidas expressivas é algo atraente para qualquer perfil…
A questão é que esse alcance é vazio. Sem engajamento real, sem impacto, sem resultados. E, se tem algo que se aprende nessa indústria vital, é que as pessoas logo percebem quando uma coisa é falsa.
Segundo a Nielsen, o Brasil é líder mundial em número de influenciadores digitais no Instagram. São mais de 10,5 milhões de criadores de conteúdo. Com essa posição, é difícil duvidar da esperteza e atenção dos usuários na hora de ouvir o que os profissionais têm a dizer, não é mesmo?
O recente estudo “Future Consumer Index”, da EY-Parthenon, revela que 78% dos brasileiros confiam nas recomendações de produtos feitos por influenciadores enquanto 73% já adquiriram itens com base nessas indicações.
Porém, o mesmo levantamento aponta que a qualidade do conteúdo, o carisma do perfil e a identificação pessoal são os fatores que realmente mantêm os seguidores por perto.
Quando um influenciador ou uma marca entra no jogo de inflar números, eles estão construindo um castelo de areia. E quando um criador com seguidores falsos promove um produto, a marca que o contratou também fica em xeque.
É como se dissesse ao consumidor: “Não fizemos nossa lição de casa”. Essa negligência prejudica a imagem da marca, afasta os potenciais clientes e dificulta futuras colaborações com influenciadores genuínos. O império desmorona.
Hoje, o que realmente importa é a qualidade, pois 10 mil seguidores altamente engajados rendem muito mais do que um milhão de “fantasmas”. Por isso, a moral é simples: escolher o caminho da autenticidade.
Pode levar mais tempo, pode parecer mais desafiador, mas é o único método que realmente traz resultados duradouros.
Investir em relacionamento com os clientes, em conexão sincera com seguidores e em conteúdo relevante para as mídias sociais permitirão que os resultados surjam naturalmente, como consequência de um trabalho sólido e transparente.
Edson Rocha é CEO e fundador da Metrópole 4.