Cinco meses depois do acidente trágico envolvendo um de seus aviões, em Vinhedo (SP), que resultou na morte de 62 pessoas, a Voepass (antiga Passaredo) pode perde duas aeronaves de sua frota, por determinação judicial.
Em decisão liminar concedida no dia 14 de janeiro, o juiz Benedito Sérgio de Oliveira, da 12ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), determinou a reintegração de posse de dois aviões do modelo ATR72-600, em função do não pagamento de aluguel para as arrendadoras.
O magistrado também autorizou, em caso de necessidade, o uso de força policial e arrombamento, como forma de garantir o cumprimento da decisão.
O que aconteceu
- As aeronaves de matrícula PR-PDZ e PR-PDX estão sem pagamento desde abril de 2024.
- Segundo a plataforma AirNav Radar, de rastreamento de voos, o PR-PDX não voa desde agosto do ano passado, enquanto o PR-PDZ fez seu último voo no dia 4 de janeiro deste ano.
O que diz a Voepass
- Por meio de nota à imprensa, a Voepass informou que os aviões que serão devolvidos às arrendadoras estavam passando por manutenção e “não estão mais em operação na atual malha aérea”.
- Ainda de acordo com a empresa, não haverá “qualquer impacto nos voos previstos”.
Saiba mais sobre a Voepass
- A Voepass é a quarta maior companhia aérea do país, atrás de Gol, Azul e Latam.
- Em 2024, a empresa transportou mais de 748 mil passageiros.
- A empresa tem dívidas estimadas em US$ 955 mil, o equivalente a R$ 5,7 milhões, de acordo com o câmbio desta terça-feira (21/1).
O acidente em Vinhedo (SP)
O acidente com o avião da Voepass aconteceu em 9 de agosto de 2024. A aeronave decolou de Cascavel (PR), às 11h46, com destino a São Paulo, com pouso previsto para as 13h40 no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
O avião acabou perdendo sustentação durante o voo e colidiu com o solo às 13h22. De acordo com a Polícia Técnico-Científica de São Paulo, todas as 62 vítimas da queda morreram de politraumatismo quando.
Segundo a Voepass, a aeronave decolou com todas as condições operacionais para cumprir a programação. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) confirmou essa informação ao divulgar o relatório preliminar.
O Cenipa também informou, na ocasião, que a última revisão da aeronave havia ocorrido em 24 de junho de 2023. No dia do acidente, foi feito um “check diário”, que atestou condições adequadas para voo, de acordo com as normas de segurança.