Consumida há séculos em diversas culturas, a romã vem ganhando espaço entre os chás funcionais mais buscados por quem deseja fortalecer a imunidade e prevenir doenças. Embora o uso tradicional da fruta seja cercado de simbolismos e rituais, há base científica para alguns dos seus benefícios, principalmente quando a casca é usada no preparo da infusão.
“Estudos demonstram que a romã possui compostos bioativos com ação anti-inflamatória e antiviral, principalmente os polifenóis, flavonoides e taninos”, explica o nutrólogo Felipe Cezar, do Espaço Hi, em São Paulo.
O especialista esclarece que a infusão pode atuar como um coadjuvante no tratamento de quadros respiratórios e infecciosos leves. “Pode ajudar no alívio de sintomas de garganta inflamada, por exemplo, mas sempre deve ser utilizada com orientação profissional e como parte de um cuidado integrado”, alerta Cezar.
A nutricionista Vanessa Costa, que também atende na capital paulista, reforça que substâncias presentes na fruta ajudam a neutralizar radicais livres e modular processos inflamatórios, o que favorece o bom funcionamento do sistema imunológico: “A romã contém compostos antioxidantes como polifenóis, flavonoides e vitamina C, que têm ação anti-inflamatória e imunomoduladora”, diz.
Segundo Vanessa, a casca da fruta concentra a maior quantidade desses compostos e, para obter os benefícios, o preparo adequado faz a diferença.
“A decocção, que é a fervura da casca por cerca de 5 a 10 minutos, é a mais indicada para extrair os compostos bioativos. O ideal é usar a casca seca ou fresca, ferver por 10 minutos e deixar descansar abafado por mais 5 a 10 minutos antes de consumir”, aconselha.
Principais benefícios do chá de romã:
- Ação antioxidante.
- Propriedades anti-inflamatórias.
- Potencial antiviral e antimicrobiano.
- Efeito imunomodulador.
- Alívio de dores na garganta.
- Melhora a saúde digestiva.
- Auxílio na prevenção de doenças crônicas.
Contraindicações do chá de romã
Apesar de ser uma bebida natural, o chá de romã não é indicado para todos os públicos. Grupos específicos devem ter atenção redobrada.
- Pessoas que usam anticoagulantes: o chá pode potencializar o efeito de medicamentos com essa ação.
- Indivíduos com anemia ou baixa absorção de ferro: os taninos presentes podem dificultar a absorção do mineral.
- Pessoas com pressão baixa: se consumido em excesso, o chá pode causar queda na pressão arterial.
Cuidados no consumo
Além das contraindicações específicas, o uso da bebida requer moderação e orientação adequada. Doses altas podem causar náuseas, dores abdominais ou diarreia, e o ideal é ingerir o chá fora das refeições principais, para não interferir na absorção de nutrientes.
Embora o chá concentre compostos com potencial terapêutico, sua eficácia depende de diversos fatores, como a forma de preparo, a frequência de consumo e as condições individuais de saúde. Ele não substitui tratamentos médicos, mesmo tendo propriedades benéficas reconhecidas.
A escolha pela infusão deve considerar não apenas os benefícios, mas também os cuidados envolvidos em seu uso. A recomendação dos especialistas é sempre integrar essas práticas a um estilo de vida equilibrado e ao acompanhamento profissional, quando o objetivo for terapêutico.
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