Há tempos a Fiat fala sobre criar uma nova linha de veículos para substituir o velho Panda na Europa e que poderia ser a inspiração para o sucessor do Argo no Brasil. Agora, quase um ano depois da apresentação oficial da nova geração do Panda, o CEO da marca deu mais detalhes sobre qual deve ser a estratégia do modelo para nosso mercado.
Em entrevista ao Automotive News Europe, Olivier Francois falou sobre como o novo hatchback com jeito de Uno vai se posicionar dentro do portfólio global da italiana e de sua importância para a marca, já que será o primeiro carro com pretensões de atingir o máximo de mercados possíveis desde o fim do Palio, em 2017. ”Este é o primeiro produto global da marca Fiat desde 1996.” relembrou Francois.
Palio, último carro global da Fiat, foi lançado em 1996 e gerou modelos também de outras marcas
Fiat quer repetir sucesso do Palio
O antigo popular da marca foi vendido em praticamente toda a América Latina, África do Sul, Leste Europeu e na Ásia. O alcance da linha 178 (nome de projeto da família Palio) foi tão grande que ele chegou a ter derivados vendidos até mesmo com outras marcas, como Dodge, na Venezuela e no México; Zotye, na China e talvez o mais bizarro de todos: o Pyeonghwa Hwiparam, na Coréia do Norte.
Agora, com o desejo de ter um produto com o mesmo alcance que a família Palio já teve em outros tempos, o executivo confirma as intenções da marca em produzi-lo em nosso país assim que o ciclo de vida do hatchback Argo se encerrar. Entretanto, Olivier não crava uma data, apenas dizendo que “chegará ao Brasil depois como um substituto do Argo, que ainda não está no fim de seu ciclo de vida.”
Foto de: Instagram
Fiat Grande Panda flagrado no Brasil
Grande Panda já foi flagrado no Brasil
A informação bate com o flagra feito no fim do ano passado de de duas unidades desembarcando no de Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Nas fotos, que foram postadas pelo nosso colega João Anacleto em seu Instagram, era possível observar que uma das unidades estava pintada na cor preta e a outra estava camuflada. Ou seja, os testes do modelo ainda estão só começando.
Quando for nacionalizado, o Grande Panda deverá compartilhar com a atual geração do Citroën C3 e do Peugeot 208 a plataforma Smart Car da Stellantis, antes chamada apenas de CMP.
Foto de: Fiat
Na motorização, deve adotar o 1.0 Firefly aspirado de três cilindros, flex, capaz de render 75 cv de potência e 10,7 kgfm de torque e câmbio manual de 5 marchas que também é usado em Mobi, Argo e 208.
Nas versões mais completas, a solução deve ser a opção turbinada desse motor, chamada de GSE ou T200, capaz de render até 130 cv de potência com etanol e sempre associado ao câmbio CVT com simulação de 7 velocidades.
Foto de: Fiat
Argo deve adotar faróis de LED e outras melhorias antes do seu fim de ciclo de vida
Argo pode ter sobrevida
Entretanto, ele não deve chegar aqui exatamente como o modelo europeu – é possível que nem mesmo o nome seja mantido – dando somente base para a nova geração do Argo, que nesse meio tempo deverá ter ainda uma pequena reestilização de sobrevida, já flagrada rodando camuflada nas ruas e que deverá trazer pelas primeira vez ao modelo faróis de LED.
Seja como for, a nova família de compactos da Fiat fará parte do plano de investimentos de R$ 30 bilhões prometidos pela empresa até 2030. De acordo com o grupo Stellantis, esse aporte, que foi anunciado em março de 2024, será utilizado para desenvolver sistemas híbrido flex (tanto do tipo leve, como já disponível em modelos Fiat como novas tecnologias para outros motores e marcas) e realizar 40 lançamentos nos próximos 5 anos e meio.
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