No dia 15 de janeiro de 2025, o nanossatélite Aldebaran-I, desenvolvido com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), passou por seu último teste ambiental no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos-SP.
O cubesat padrão 1U, criado no Laboratório de Eletrônica e Sistemas Embarcados Espaciais (LABESEE) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tem como missão principal servir de prova de conceito para localização e salvamento de pequenas embarcações em situações de emergência no mar.
De acordo com o coordenador de Satélites e Aplicações da AEB, Felipe Fraga, o último teste marca um passo importante para o projeto e para o Programa Espacial Brasileiro, ao validar o projeto para o lançamento de mais um satélite nacional. “O Aldebaran-I terá uma aplicação crucial na busca e resgate de pequenas embarcações, atendendo a uma necessidade real da comunidade maranhense”, explicou Fraga.
Além da função primária de busca e salvamento, o Aldebaran-I possui uma missão secundária voltada para a prevenção de queimadas, utilizando plataformas de coleta de dados ambientais. O projeto, que também conta com apoio da Fundação Sousandrade (FSADu) e outras parcerias estratégicas, envolveu intensa programação computacional e ensaios de campo com o suporte do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e da Marinha do Brasil.
No teste final, a equipe do LABESEE/UFMA submeteu o nanossatélite ao teste de vibração, uma etapa obrigatória para garantir que o satélite possa resistir às condições extremas de lançamento. O procedimento foi realizado em um equipamento chamado “shaker” e seguiu as especificações do lançador indiano PSLV, responsável por colocá-lo em órbita baixa (LEO). O sucesso do teste confirmou a aceitação de voo do Aldebaran-I.
Com os testes concluídos, o nanossatélite foi entregue à startup All to Space, de Brasília-DF, responsável pelo transporte para a Índia. A NewSpace India Limited (NSIL) fará a integração do satélite com o foguete PSLV no Centro Espacial da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), com previsão de lançamento para março de 2025.
Carlos Brito, coordenador geral do projeto e professor da UFMA, reforçou a importância dos testes e do sucesso alcançado pela equipe. “Além de sua importância tecnológica e social, este projeto beneficiou a capacitação dos nossos alunos da Engenharia Aeroespacial, especificamente contamos com a dedicação e esforço desses estudantes, que sem a participação deles, não teríamos avançado. Agora, nossa expectativa é que ocorra tudo certo com o lançamento e que a equipe receba os primeiros dados após sua entrada em órbita da nossa estação terrestre”, disse.
O desenvolvimento do Aldebaran-I contou com o apoio da AEB, da Fundação Sousandrade (FSADu) e de parcerias importantes como o SpaceLab da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) , o INPE de Natal-RN, e as startups Innalogics, CRON, Orbital Engenharia e All to Space.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.
Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.