Morador do Cruzeiro há 23 anos relata acidente envolvendo patinete mal estacionado e faz apelo por mais respeito no uso dos espaços públicos
Por Denise Oliveira.
A mobilidade urbana e a acessibilidade são direitos fundamentais garantidos por lei, mas na prática, muitos obstáculos ainda dificultam o dia a dia de pessoas com deficiência. É o que relata Antônio, morador do Cruzeiro há 23 anos e deficiente visual, que recentemente sofreu um acidente ao caminhar por uma calçada da região do Sudoeste Econômico.
“Fazia minha caminhada matinal, como costumo fazer com certa regularidade. Quando cheguei próximo ao fim da calçada, nos fundos de uma parada de ônibus, acabei tropeçando em um patinete elétrico que estava estacionado de forma indevida. Não consegui vê-lo e infelizmente caí”, conta Antônio.
Segundo ele, as calçadas da região passaram por melhorias importantes, tornando-se mais acessíveis para pessoas com deficiência física ou sensorial. No entanto, o comportamento de alguns usuários de transportes individuais tem comprometido esses avanços.
“Os patinetes e bicicletas elétricas muitas vezes são deixados no meio do caminho, sem qualquer cuidado com quem passa por ali. Isso representa um risco sério, especialmente para quem não enxerga ou tem mobilidade reduzida. Falta bom senso”, afirma.
O morador reforça que a convivência nas vias públicas depende da consciência coletiva. “Peço, principalmente aos usuários de patinetes elétricos: respeitem as calçadas. Não estacionem em locais inadequados, como frente a rampas, saídas de ônibus ou em meio à passagem. Um simples cuidado pode evitar acidentes graves.”
A experiência de Antônio serve como alerta para todos os cidadãos e como convite à reflexão sobre o uso responsável dos espaços públicos. A construção de uma cidade mais inclusiva passa pela atitude de cada um.
“A cidade é de todos nós. A acessibilidade não é um favor, é um direito. E o respeito a esse direito começa com pequenas atitudes.”
