Por: Poliane Ketlen
Um desentendimento entre vizinhos em Samambaia, no Distrito Federal, resultou em uma tragédia no último sábado (29). Athos Henrique da Silva Santos, de 29 anos, foi morto a tiros após uma discussão sobre o barulho do alarme da casa de seu vizinho, um conflito que já durava três anos.
O Conflito
De acordo com a Polícia Militar, Athos, que sofria de problemas psicológicos e hipersensibilidade a sons, foi até a casa do vizinho armado com uma faca para reclamar mais uma vez do barulho persistente. A situação rapidamente escalou: após dar um chute no portão, Athos voltou para sua própria casa. Pouco tempo depois, o vizinho, de 33 anos, foi até a casa de Athos armado e confrontou o jovem.
O Desfecho Trágico
Durante a discussão, o vizinho disparou duas vezes contra Athos, que caiu ao chão. Conforme o boletim de ocorrência, mesmo após a queda, o agressor continuou a atirar várias vezes em Athos. O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Após o crime, o suspeito fugiu de moto, mas foi preso na segunda-feira (1º).
O Lado da Família
O pai de Athos, que preferiu não se identificar, relatou que seu filho enfrentava uma severa depressão, bipolaridade e uma extrema sensibilidade a ruídos. Estas condições teriam contribuído para sua constante frustração com o alarme da casa do vizinho.
“Meu menino sempre foi uma pessoa boa. Passou duas vezes na UnB, para administração e farmácia, mas por causa da problemática, do psicológico, ele não conseguiu e trancou a matrícula. Ele sempre ficava dentro de casa”, explicou o pai, emocionado.
Ainda segundo ele, Athos havia tentado explicar sua situação ao vizinho e oferecido os laudos médicos que comprovavam seus transtornos. No entanto, o pai disse que o vizinho teria preferido resolver o problema de outra maneira. “Eu falei para ele [vizinho] ir até a polícia, registrar boletim, mas ele disse que resolveria a situação de outra maneira. Eu não esperava que a outra maneira seria desse jeito que ele fez”, concluiu o pai, inconsolável.
O crime chocou a comunidade local e levanta questões sobre a necessidade de compreensão e manejo adequado de situações envolvendo transtornos psicológicos. O caso segue sob investigação, e o suspeito responderá pelo homicídio.