Por: Jornalista Kelven Andrade
Nesta segunda-feira (1/7), o sistema de transporte público coletivo do Distrito Federal deu um importante passo rumo à modernização ao descontinuar o uso de dinheiro em 52 linhas de ônibus. A partir de agora, os usuários devem utilizar exclusivamente meios eletrônicos para adquirir seus bilhetes, incluindo cartões de transporte e bancários, além de dispositivos com tecnologia de pagamento por aproximação, como smartphones, smartwatches e pulseiras inteligentes.
A mudança tem como objetivo proporcionar mais segurança, praticidade e modernidade aos passageiros. Neste primeiro momento, a transição envolve 5,65% das 919 linhas de ônibus existentes, abrangendo dez linhas da Piracicabana, 15 da Pioneira, sete da Urbi, dez da Marechal e dez da BsBus. O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, destacou que a transição está sendo feita de maneira gradual e monitorada pela pasta. “Estamos monitorando como anda o acesso dos usuários que ainda tentam pagar em dinheiro. São pouquíssimas intercorrências, mostrando que a estratégia de começar pelas linhas com pouco pagamento em espécie se mostrou acertada”, afirmou. “Vamos acompanhar ao longo da semana e estabelecer protocolos específicos para os casos de usuários que não têm outra forma de pagar a não ser em espécie, ampliando esse tipo de pagamento para outras linhas”.
Para facilitar a adaptação dos usuários aos novos métodos de pagamento, foram disponibilizados 128 postos de atendimento para recarga e solicitação de cartões de bilhetagem. Nestes postos, os pagamentos podem ser feitos em dinheiro, cartões de crédito e débito. Além disso, o aplicativo BRB Mobilidade permite a aquisição de créditos de transporte via Pix, tornando o processo ainda mais conveniente.
Atualmente, o Sistema de Bilhetagem conta com seis tipos de cartões: Mobilidade, Vale-Transporte, Estudantil, Especial, Criança e Sênior. Os cartões Mobilidade e Vale-Transporte permitem até três embarques no mesmo sentido, em um período máximo de três horas, com uma tarifa máxima de R$ 5,50. Essa praticidade foi destacada pela servidora pública Natália Almeida, 29, que elogiou a facilidade do novo sistema: “Facilita muito o pagamento, especialmente para quem não anda com dinheiro na carteira ou antes precisava sacar”.
Além da praticidade, a mudança também aumenta a segurança dos passageiros. Viviana Vasconcelos, 33, observou que a ausência de dinheiro nos ônibus reduz o risco de crimes: “Achei muito interessante, pois o dinheiro acaba sendo um atrativo para criminosos, então é uma forma de evitar a violência no transporte público”.
A decisão de eliminar o dinheiro como método de pagamento baseia-se em estudos da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob), que indicam um declínio no uso de dinheiro pelos usuários do sistema. Em 2023, apenas 31% dos pagamentos foram efetuados em espécie, totalizando R$ 278,5 milhões.
Atualmente, as tarifas dos ônibus no DF são de R$ 5,50 (longa e metrô), R$ 3,80 (ligação de RAs) e R$ 2,70 (curta). No entanto, com o uso do cartão de transporte, o valor máximo da passagem integrada é de R$ 5,50, mesmo que o passageiro utilize trajetos de diferentes preços.
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