A taxa média de juros cobrada por bancos e instituições financeiras em suas operações com pessoas físicas e jurídicas registrou avanço de 1,6 ponto percentual em janeiro deste ano, para 42,3% ao ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13/3) pelo Banco Central (BC).
Trata-se do maior nível dos juros bancários em 1 ano e 4 meses, desde setembro de 2023. Na época, a taxa foi de 42,5% ao ano.
O que aconteceu
- Para as empresas, a taxa média de juros avançou para 24,2% ao ano, alta de 2,5 pontos percentuais entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. É o maior percentual desde janeiro de 2023.
- Já nas operações com pessoas físicas, o juro alcançou 53,9% ao ano, aumento de 0,8 ponto porcentual. É o maior nível desde novembro de 2023 (54,8% ao ano).
- Os juros são calculados com base em recursos livres, o que significa que não incluem os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Cheque especial e cartão de crédito
De acordo com os dados do BC, a taxa de juros no cheque especial das pessoas físicas passou de 134,8% ao ano, em dezembro de 2024, para 135,1%, em janeiro de 2025.
A taxa média de juros cobrada nas operações com cartão de crédito rotativo, por outro lado, caiu de 451,8% ao ano, em dezembro, para 445,6%, em janeiro. Apesar da queda, segue acima dos 400% ao ano – é a linha de crédito mais cara do mercado.
Crédito bancário
O BC informou ainda que o volume total de crédito bancário no mercado ficou estável no primeiro mês de 2025, somando R$ 6,46 trilhões.
Segundo a autoridade monetária, o desempenho “decorreu do incremento de 1,2% na carteira de crédito às pessoas físicas, saldo de R$ 4 trilhões, atenuado pela redução de 1,8% no saldo das pessoas jurídicas, que situou-se em R$ 2,5 trilhões”.
O crédito livre às famílias avançou 1,4 ponto percentual em janeiro e 12,7 pontos percentuais no período de 12 meses.
Inadimplência
A taxa média de inadimplência registrada pelos bancos em operações de crédito subiu de 2,9%, em dezembro, para 3,2%, em janeiro, segundo o BC.
Este é o maior nível desde maio de 2024, quando o percentual de inadimplentes nessas operações era de 3,3%.