Após as recentes polêmicas envolvendo Karla Sofia Gáscon, Zoe Saldaña, que estrelou o filme Emilia Pérez ao lado da atriz, voltou a falar sobre as falas de teor preconceituoso da colega que viralizaram nas redes sociais. Zoe afirmou se sentir “triste”, “decepcionada” e afirmou que não pode falar “sobre as ações de outras pessoas”.
A polêmica em torno das postagens de teor preconceituoso de Karla Sofía Gascón influenciou diretamente a campanha de Emilia Pérez, causando inclusive um afastamento da Netflix, produtora do filme. Revistas especializadas apontam ainda que a polêmica pode afastar votantes nas 13 categorias em que o filme foi indicado no Oscar.
Em entrevista a um podcast da Variety, Zoe enfatizou que Emilia Pérez foi criado com a intenção de inclusão e amor e que nunca em um milhão de anos imaginava que estariam vivendo isso.
“Sinto que já falei o suficiente sobre isso. Não é algo que temos que entender imediatamente”, disse a atriz ao revelar que ainda está processando tudo o que ocorreu.
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Zoe Saldana, venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez
Taylor Hill/FilmMagic
Zoe Saldana, venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez
Amy Sussman/Getty Images
Zoe Saldana, venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez
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Outro tema da conversa com Zoe foi a recente entrevista de Karla à CNN Espanha, onde afirmou que Zoe e Selena Gomez, que também está no elenco do filme, a apoiaram 200%. Zoe não confirmou a afirmação e se referiu a uma declaração que fez sobre intolerância e o racismo.
“Não apoio nenhuma retórica negativa de racismo e intolerância em relação a qualquer grupo de pessoas”, reiterou.
No fim, Zoe destacou que a pessoa de Karla nas redes sociais não era a mesma pessoa que conheceu no set, contudo, ponderou que não pode “atestar o que as pessoas fazem em seu tempo privado com seus identificadores privados.”
Falas de Karla Sofía Gascón contra árabes e o Oscar vêm à tona
Karla Sofía Gascón, estrela de Emilia Pérez, se viu em mais uma polêmica na última quinta-feira (30/1), após várias postagens antigas dela no X (antigo Twitter), ressurgirem nas redes sociais. Entre os comentários da atriz espanhola, estão falas sobre a crescente presença de árabes na Espanha e críticas sobre a representatividade no Oscar.
Entenda por que os tuítes foram resgatados
- As postagens de Karla Sofia Gascón foram resgatadas nas redes sociais após declarações dela sobre a equipe de Fernanda Torres.
- Em evento para a divulgação do filme Emilia Pérez, no qual o Metrópoles esteve presente, a atriz relatou que está sendo constantemente bombardeada nas redes sociais por fãs de Fernanda Torres.
- “O que eu não suporto é que, a cada notícia minha que sai ou a cada programa que participo, apoiadores da Fernanda Torres ou do filme enchem tudo com ‘Fernanda Torres é melhor, você é uma porcaria’, ‘Fernanda Torres tem que participar deste programa’, ‘Fernanda Torres merece tudo’”, disse ela.
- Na entrevista, ela ainda cita que não falará mal da brasileira ou do filme, mas que “há pessoas que trabalham com Fernanda Torres que falam mal dela e de Emilia Pérez”.
- Com o posicionamento, Karla correu o risco de ser desclassificada do Oscar 2025 por quebrar as diretrizes da competição.
- A Variety diz, no entanto, que as falas da protagonista de Emilia Pérez não foram diretamente sobre Fernanda e, por isso, ela não teria quebrado protocolos da Academia
Em sua maioria, as postagens foram feitas entre 2020 e 2021 e foram apagadas do perfil da atriz pela noite, segundo a Variety. Os prints, contudo, circularam na rede social ao longo do dia.
Um deles, feito em 22 de novembro de 2020, mostra Karla Sofía Gascón falando sobre a crescente presença de árabes na Espanha.
“Sinto muito, é só impressão minha ou há mais muçulmanos na Espanha? Toda vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias abaixadas até os calcanhares. No ano que vem, em vez de inglês, teremos que ensinar árabe”, escreveu ela.
Também em 2020, a atriz voltou a falar sobre o tema e criticou a religião. “O islamismo é maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres são respeitadas e, quando são respeitadas, ficam com um pequeno buraco quadrado no rosto para que seus olhos fiquem visíveis e suas bocas, mas apenas se ela se comportar. Embora se vistam assim para seu próprio prazer. Quão PROFUNDAMENTE REPUGNANTE DA HUMANIDADE”, escreveu.
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Karla Sofia Gascón
Lucas Ramos/Paris Filmes
Karla Sofía Gascón em Emilia Pérez
Divulgação
Netflix retira Karla Sofía Gascón da campanha do Oscar
Medios y Media/Getty Images
Em 29 de janeiro de 2021, Karla falou que o “o islamismo não cumpre os direitos internacionais” e que as religiões “devem ser proibidas enquanto não cumprirem com o Direitos Humanos”.
A atriz também teceu críticas a outras religiões que, na opinião dela, violam os direitos humanos. “Estou tão farto de tanta merda, do islamismo, do cristianismo, do catolicismo e de todas as crenças de idiotas que violam os direitos humanos”, escreveu.
Mais críticas de Karla Sofía Gascón
A atriz, que se tornou a primeira mulher trans indicada ao Oscar, também falou sobre a premiação em tuítes de 2021. Na ocasião, ela afirmou que “cada vez mais o #Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto, eu não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M”. Ela completou: “Além disso, uma festa feia, feia”.
Karla Sofía Gascón também falou sobre o assassinato de George Floyd, homem que foi morto por policiais em 2020 nos Estados Unidos e inspirou uma série de protestos no país. “Eu realmente acho que muito poucas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos e consideram os policiais como assassinos. Eles estão todos errados”, avaliou.
Em uma postagem seguinte, Karla acrescentou: “Muitas coisas para refletir sobre o comportamento da nossa espécie toda vez que um evento ocorre. Talvez não seja mais uma questão de racismo, mas de classes sociais que se sentem ameaçadas umas pelas outras. Talvez essa seja a única diferença real”.