O Sistema CFQ/CRQs participou do lançamento do Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, realizado na última quinta-feira (30) em Brasília (DF). Representando a autarquia, estiveram presentes o presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região (CRQ XXI – Espírito Santo), Alexandre Vaz Castro, o gerente-executivo, Weverton Borges, e o chefe de Relações Institucionais e Governamentais do CFQ, Antonio Lannes. O documento, criado pelo Centro Brasil no Clima (CBC) e o Instituto Clima e Sociedade (iCS), com apoio do Instituto Itaúsa e parceria do Consórcio Brasil Verde, busca alinhar as pautas de governo e da sociedade civil com base no diálogo construtivo e na ampliação da transparência das informações setoriais.
O texto também traz uma análise abrangente sobre as políticas climáticas nos estados brasileiros, com base em dados e indicadores fundamentais para o avanço da agenda climática no país.
Química
Na ocasião, Vaz Castro destacou o convênio de cooperação técnica firmado com o Consórcio Brasil Verde em 2024, ressaltando a importância da participação do Sistema CFQ/CRQs no evento. “A Química tem um papel essencial na busca por soluções inovadoras para a transição energética e a descarbonização. Nossa participação aqui é uma oportunidade de contribuir tecnicamente para políticas públicas mais efetivas. Precisamos garantir que o conhecimento Químico esteja cada vez mais integrado às decisões estratégicas”, lembrou o presidente.
Segundo o Anuário, “o Consórcio Brasil Verde se destaca como uma coalizão que mobiliza governadores em torno de ações climáticas, promovendo a disponibilização de recursos e fortalecendo a cooperação interfederativa. Essa iniciativa desempenha um papel crucial na viabilização de uma agenda de investimentos alinhada aos objetivos climáticos, ampliando o alcance e a eficácia das políticas públicas voltadas para o enfrentamento das mudanças climáticas”.
Compromisso
Durante a abertura do evento, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, destacou as iniciativas brasileiras para fortalecer o enfrentamento à crise climática global. “Costumo dizer que o combate às mudanças climáticas é o nosso grande armagedom, pois impacta e agrava todas as demais crises, não apenas ambientais, mas também econômicas, sociais e geopolíticas”, afirmou.
Ela lembrou ainda que vivemos um momento desafiador, sobretudo diante da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, um país que é o segundo maior emissor de gases do efeito estufa no planeta, com a maior economia, a base tecnológica mais avançada e vastos recursos financeiros. “Essa decisão gera consequências significativas e exigirá grande habilidade diplomática para evitar retrocessos na agenda climática global”, frisou.
COP30
O embaixador e presidente da Conferência da ONU para o Clima, a COP 30, André Corrêa do Lago, também esteve presente no evento. Em sua fala, ressaltou o que espera da agenda no Brasil, que acontecerá em Belém (PA), em novembro deste ano. Lago espera uma agenda marcada por mais ação e implementação, e não apenas por documentos e declarações que, muitas vezes, não são reconhecidos pelo público como avanços concretos.
“Nosso país é um verdadeiro celeiro de ideias e soluções que despertam o interesse do mundo em desenvolvimento. Temos ciência, academia, instituições sólidas e uma legislação robusta. Na COP30, o Brasil terá diversos papéis, e um deles, sem dúvida, será o de demonstrar que estamos prontos para liderar esse processo”, ressaltou.
Descarbonização e transição energética
O lançamento do anuário contou com a participação do governador do Espírito Santo e presidente do Consórcio Brasil Verde, Renato Casagrande, que citou as iniciativas do estado como referência na área ambiental. “Criamos o Plano de Descarbonização e de Adaptação, com recursos destinados a financiar obras nos municípios. Esse evento foi uma oportunidade para unir esforços entre diferentes esferas da sociedade em prol de um futuro mais sustentável e resiliente”, afirmou.
O governador destacou, ainda, que o estado já investiu R$ 200 milhões em obras de adaptação e está buscando um modelo de financiamento para a descarbonização, com o apoio do Fundo Soberano. “Estamos organizando um Fundo de Descarbonização, com um aporte inicial de meio bilhão de reais, para incentivar a transição energética e a eficiência energética, envolvendo grandes empresas do estado”, acrescentou.
O evento reuniu autoridades e representantes dos governos federal e estaduais, do Judiciário e do Congresso Nacional, além de entidades da iniciativa privada, organizações da sociedade civil e gestores municipais.
Para assistir ao debate na íntegra, acesse.