Inflação deve persistir e PIB pode recuar em 2025, projetam analistas


O Brasil segue com o mercado de trabalho aquecido, com o desemprego no menor patamar da história e cada vez mais postos de trabalho sendo abertos. Com isso, é esperado que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça por volta de 3,5% em 2024.

Embora sejam dados positivos, a inflação e os juros altos preocupam e podem vir a ser uma pedra no sapato no crescimento do país em 2025. Além disso, analistas já projetam que o PIB deste ano ficará menor (entenda abaixo).

Como ficaram alguns indicadores econômicos em 2024:

  • A inflação fechou o ano passado em 4,83% — 0,33 ponto percentual acima do teto da meta. A meta inflacionária era de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual, tendo 1,5% como base e 4,5% como teto.
  • A taxa básica de juros do país, a Selic, fechou em 12,25% ao ano — voltando ao mesmo patamar de novembro de 2023. Essa foi a terceira alta consecutiva na taxa de juros. É esperado novas altas no início de 2025.
  • O desemprego no Brasil recuou para 6,1% no trimestre encerrado em novembro — o menor índice da série histórica iniciada em 2012.
  • Em novembro de 2024, o Brasil abriu 106.625 vagas de emprego formal (com carteira assinada). No acumulado do ano (de janeiro a novembro), o saldo é de 2,2 milhões de postos de trabalho.
  • O PIB avançou 0,9% no terceiro trimestre de 2024 (período de julho, agosto e setembro), frente ao segundo trimestre do ano passado. A previsão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é que a economia brasileira cresça 3,6% no acumulado de 2024.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, mostrou que a economia brasileira avançou 0,1% em novembro de 2024, em comparação com o mês de outubro — o que indica uma certa perda de força na economia.

Esse comportamento pode ser explicado pelo alto patamar dos juros. Após três elevações seguidas, a taxa está em 12,25% ao ano. A Selic é o principal instrumento de controle da inflação e o IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para defini-la.

Ou seja, ao aumentar a Selic para conter a inflação, a consequência é a redução do consumo e dos investimentos no país. Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para os consumidores.

O BC já adiantou a contratação de mais duas elevações, de pelo menos 1 ponto percentual, na taxa de juros ainda no começo de 2025. A primeira reunião do Copom do ano está marcada para os dias 28 e 29 de janeiro.

Mercado aquecido pressiona inflação

O mercado de trabalho aquecido, isto é, com boa parte da população em idade ativa empregada, acaba por elevar os preços dos bens e serviços, o que gera pressão sobre a inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país — fechou 2024 a 4,83%, confirmando o estouro da meta de inflação no ano passado.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o desemprego no Brasil recuou para 6,1% no trimestre encerrado em novembro — o menor índice da série histórica iniciada em 2012.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em novembro de 2024, foram abertas 106.625 vagas com carteira assinada. No acumulado do ano passado, o saldo é de criação de 2,2 milhões de postos de trabalho.

Além disso, em 2025, o aumento nos preços de carnes, café e açúcar deverá intensificar a inflação de alimentos no Brasil, conforme apontam analistas de mercado. As carnes podem ter alta de pelo menos 16,6% no valor pago ao produtor, com impactos não só para indústria, como também para o consumidor na ponta da linha.

PIB de 2025 pode ser menor

A projeção oficial da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda é de 3,3% de crescimento do PIB do ano passado. A SPE já informou que fará nova revisão na previsão da expansão da economia para o acumulado de 2024.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, um estado ou uma cidade, geralmente em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em ritmo bom, e queda implica encolhimento da produção econômica da nação.

Em entrevista, o ministro Fernando Haddad adiantou que a expansão da economia brasileira, medida pelo PIB, será de 3,6% em 2024, enquanto as contas públicas do ano passado serão deficitárias em 0,1%. O BC prevê um avanço de 3,5%.

O resultado oficial do Produto Interno Bruto só será divulgado em 7 de março pelo IBGE.

Com a preocupação do avanço da inflação e a alta dos juros, o crescimento do PIB deve ser menor em 2025. A estimativa do Ministério da Fazenda é de avanço de 2,5% do PIB neste ano.

O aumento das taxas de juros no final de 2024 e a expectativa de novos aumentos em 2025 devem colocar pressões significativas no PIB deste ano. “É pouquíssimo provável que tenhamos uma repetição do crescimento de 2024 neste ano devido à política monetária contracionista e seus impactos na economia como um todo”, explica Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital.

Na mesma linha, André Matos, CEO da MA7 Negócios, avalia que os resultados da economia em 2024 refletem mais uma leve recuperação do que uma tendência sólida de expansão. “A economia mostra resiliência, mas o crescimento sustentável depende de um equilíbrio delicado entre estímulos econômicos e o controle da inflação, algo que o Banco Central precisará calibrar cuidadosamente”, pondera.

Para o BC, a expansão da economia do país será de 2,1%. Por outro lado, a estimativa inicial do mercado financeiro para o crescimento do PIB é de 2,02%, segundo dados do relatório Focus mais recente.



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