O Brasília Ambiental publicou no site oficial os principais resultados de uma pesquisa realizada com criadores amadores de passeriformes no Distrito Federal. O estudo teve como objetivo compreender as dificuldades enfrentadas pelos criadores na interpretação da legislação ambiental e suas percepções sobre a atividade. Os dados coletados irão subsidiar a formulação de iniciativas que promovam maior compreensão da legislação e contribuam para a gestão responsável da fauna silvestre.
A pesquisa foi aplicada em um universo de 3.024 criadores cadastrados e recebeu 109 respostas, das quais 95 foram consideradas válidas para análise (apenas os regulares no sistema). Deste modo, quando se observa na análise os criadores regulares (1.087 no Distrito Federal até dezembro/2024), o universo de amostragem correspondeu a aproximadamente 9% do total.
Entre os pontos de destaque da sondagem, foi observado que 97% dos respondentes são homens, sendo que 55% possuem entre 41 e 60 anos de idade e 44% possuem nível superior completo. Outros dados são que 80% entendem que as aves devem ser protegidas por lei, que 63% já tiveram o plantel vistoriado por órgão ambiental (Brasília Ambiental ou Ibama) e que 68% demonstraram conhecimento sobre a obrigatoriedade da renovação anual da licença.
Foi demonstrado, ainda, que 48% dos entrevistados afirmaram ter lido a legislação de criação de passeriformes e que 70% dos criadores procuram o Instituto Brasília Ambiental para esclarecer dúvidas.
A pesquisa também revelou desafios importantes. Um deles é o fato de que 29% dos criadores que afirmaram conhecer a legislação ainda acreditam, erroneamente, que é possível criar aves sem anilhas, desde que possuam nota fiscal do animal. Esse dado reforça a necessidade de maior esclarecimento sobre as regras vigentes.
O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, ressaltou a importância do estudo para o aprimoramento das ações do órgão: “Os resultados da pesquisa vão além de simples estatísticas. Eles nos dão ferramentas valiosas para desenvolver materiais educativos e reforçar o suporte oferecido aos criadores. Isso é essencial para garantir que a legislação seja compreendida e aplicada, promovendo a conservação da nossa fauna”.
A técnica em planejamento urbano e infraestrutura Elenize Coelho destacou a surpresa com alguns resultados: “Nós não esperávamos que quase um terço dos criadores que disseram conhecer a legislação tivessem interpretações equivocadas sobre pontos tão fundamentais. Esses dados mostram o quanto ainda precisamos investir em informações acessíveis e claras”, disse a servidora da Gerência de Fauna Silvestre do Brasília Ambiental.
O estudo evidencia o compromisso do Brasília Ambiental em aliar fiscalização e educação ambiental. Em breve, o instituto deve lançar novos materiais baseados nas informações obtidas, contribuindo, assim, para uma gestão cada vez mais eficaz.
*Com informações do Brasília Ambiental