Policiais civis da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV) detiveram um dos adolescentes suspeitos de planejar fazer um massacre em uma escola pública do Distrito Federal.
Os planos dos adolescentes de 17 anos, que estão no 2º ano do ensino médio, foram divulgados em primeira mão pelo Metrópoles. A região administrativa e o endereço da escola não foram informados para não gerar pânico na população.
Após ser alertada pela Secretaria de Educação, a Polícia Civil (PCDF) iniciou o monitoramento de redes sociais e investigação, constatando inicialmente que não havia risco iminente, pois a mãe de um dos adolescentes havia descoberto e repreendido o filho.
Nessa segunda-feira (25/8), a DPCEV cumpriu mandados de busca nas residências dos menores, onde foram apreendidos materiais relacionados ao extremismo violento com conteúdo de apologia ao nazismo, racismo e planos de ataque às escolas. Celulares e computadores foram levados.
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Dentre os materiais apreendidos divulgados pela PCDF, estão uma bandana de caveira e um caderno com desenhos de armas (foto em destaque).
Um dos adolescentes já se encontra em tratamento psiquiátrico. O outro foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA II) para as providências cabíveis.
Os aparelhos apreendidos serão submetidos à perícia, e a investigação prossegue com o objetivo de identificar possíveis conexões com grupos e prevenir novos riscos.
A DPCEV orienta os pais e responsáveis a acompanharem os conteúdos acessados por seus filhos na internet e reforça que permanece à disposição para recebimento de alertas e denúncias.
Plano de massacre filmado
A dupla propagava discursos de ódio contra mulheres, negros e gays, além de fazer apologia ao nazismo através de um site criado por eles.
Além de utilizar a plataforma para compartilhar todos os seus planos, os jovens utilizavam o TikTok para impulsionar e fazer o marketing para aumentar o alcance do site. Algumas contas chegaram a ser banidas pela rede social por conterem discurso de ódio.
Veja imagens do conteúdo publicado pelos jovens:
Entre o fim de 2024 e junho de 2025, os jovens teriam gravado e publicado cerca de 10 fitas para narrar todo os preparativos antes do massacre marcado para o dia 20 de setembro, chamado por eles de “dia zero”. Os arquivos teriam sido apagados ainda em junho deste ano.
Uma jovem que mora na Argentina começou a ter contato com a dupla por meio de uma comunidade que compartilhava conteúdo sobre true crimes (crimes reais). Por não ter o português como a língua nativa, a jovem não entendia as falas dos brasileiros.
A adolescente argentina passou a compreender o idioma após um tempo e, ao rever os vídeos, passou a entender a gravidade daquilo que era pregado por ambos.
Fabricação de armas e explosivos
Em um vídeo, o garoto revela planos de comprar armas. “A gente quer comprar armas no mercado negro, mas não sabemos ainda como entrar nesse meio”.
No mesmo vídeo, os dois seguem manuseando armas e reafirmam o desejo e ambição por matar outras pessoas. “Só preciso de armamento porque aí eu só vou matar ‘de boa’. Quem invade escola de faca, é imbecil”, dizem os dois jovens.
O Metrópoles teve acesso a vários vídeos e conversas que mostram os jovens fabricando armas e explosivos caseiros com a intenção de atirar e matar pessoas, especialmente pessoas negras e mulheres. O rosto, a voz e a identidade foram preservadas pelo fato dos suspeitos serem menores de idade.
As imagens mostram eles detonando explosivos em um terreno baldio e também treinando tiros com as armas caseiras no quintal de uma casa.
Apologia ao nazismo
Em um dos conteúdos gravados, ambos aparecem mandando um recado onde ofendem pessoas que teriam cometido bullying contra eles “Talvez o que aconteça seja culpa de vocês. Somos os revolucionários, somos os nazistas, ‘pá’”, afirma categoricamente um deles.
A dupla fazia inúmeras menções a símbolos nazistas e em uma das fitas, um dos adolescentes desenha uma suástica com a poeira solta em cima de um violão e ao mostrarem o símbolo, começam a saudar líderes nazistas “Hi, Hitler! Morte aos judeus”, bradaram. Em outra ocasião, desenharam um sol negro, em referência ao movimento neonazista, em uma praça pública.
Em outra oportunidade, ambos aparecem rindo após mostrarem uma caricatura de Adolf Hitler desenhada em um caderno. Em um áudio obtido pela reportagem, o adolescente fala em espanhol e diz que é filho do ex-ditador nazista.
Uma suástica nazista foi desenhada com poeira
Material cedido ao Metrópoles2 de 3
Um sol negro, símbolo do movimento nazista, foi desenhado por eles em uma praça pública
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Material cedido ao Metrópoles
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