Dezenas de vítimas, incluindo juízes e delegados, denunciaram o proprietário da GR8 por supostos golpes na revenda de carros de luxo. A 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) indiciou o empresário por estelionato e corrupção de menores. Mas denúncias foram registrados em outras cinco delegacias do Distrito Federal. Há a suspeita de golpes em operações de compra e venda de aproximadamente 70 carrões.
A lista inclui, por exemplo, três Mercedes Benz cujas vítimas alegam ter tido prejuízos de R$ 136 mil, R$ 63,5 mil, e R$ 15,5 mil. O proprietário de um Volvo XC90 relatou o possível “cano” de quase R$ 97 mil. No caso de uma Dodge RAM, a denúncia é de um golpe de R$ 125 mil.
Polícias investigam também uma operação envolvendo um Volvo XC 40, no valor de R$ 80 mil. Também analisam o caso de um Audi A4, cujo dono teve prejuízo estimado de R$ 74,7 mil.
Além disso, apuram o caso de um Honda HRV cuja denunciante informou ter quitado o financiamento em 16 de agosto de 2024, mas não recebido o pagamento dos R$ 58 mil.
Conhecida no DF por revender carros de luxo e deixar clientes no prejuízo, a loja GR8 é alvo de uma série de investigações de estelionato. Apenas no inquérito na 3ª DP, são 8 carros em investigação, com o prejuízo total de R$ 650 mil.
O dono da Loja, Conrado Augusto Aires, de acordo com as apurações, revendia os veículos que eram deixados em consignação ou quitava os financiamentos sem repassar o dinheiro aos proprietários.
Quando os donos percebiam que não receberiam o dinheiro e tentavam recuperar os carros, já era tarde. Compradores de boa-fé já haviam adquirido os carros.
A coluna apurou que o dono da revendedora figura como autor de estelionato em ocorrências policiais registradas em pelo menos cinco delegacias do DF.
Golpe da Mercedes
Em setembro deste ano, a coluna publicou a história de um bancário que amargou um prejuízo de R$ 136 mil, após deixar uma Mercedes-Benz C300 na loja. Em março deste ano, Armando Morato Júnior, 46 anos, fez um acordo de consignação junto à GR8 Motors, para vender o carro de luxo. Segundo ele, em 4 de julho, a loja repassou o carro por cerca de R$ 195 mil a uma compradora.
De acordo com Armando, debitadas taxas gerais e de comissão — a concessionária ficaria com 6% do valor da Mercedes-Benz C300, o que foi aceito pelo cliente — o total a ser transferido a ele pela loja seria de R$ 136.884,30. O homem, no entanto, afirma que não recebeu o dinheiro.
Em meio a ligações, mensagens e visitas presenciais, o bancário diz estar sendo “enrolado” pelo dono da concessionária e pelo vendedor que intermediou o negócio inicialmente. O ex-proprietário da Mercedes-Benz diz que ainda não recebeu centavo algum pelo veículo.
A coluna procurou Conrado Augusto, dono da GR8, para questionar sobre as acusações e sobre o indiciamento por parte da PCDF, mas, até a última atualização desta reportagem, o empresário não havia emitido nenhum parecer. O espaço segue aberto.